domingo, 20 de setembro de 2009

PESQUISA DO SECULO XVIII
Nota: Esta página é sobre o movimento cultural. Se procura outros significados da mesma expressão, consulte Música do Brasil (desambiguação).
A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses e os escravos.
Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem portuguesa, mas genericamente européia. A maior contribuição do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura colonizadora.
Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros países se tornariam importantes, como foi o caso da voga operística italiana e francesa e das danças como a zarzuela, o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norteamericano no século XX, que encontraram todos um fértil terreno no Brasil para enraizamento e transformação.
Com grande participação negra, a música popular desde fins do século XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela diversidade de elementos se apresentou até tardiamente numa feição bastante indiferenciada, acompanhando de perto - dentro das possibilidades técnicas locais, bastante modestas se comparadas com os grandes centros europeus ou como os do México e do Peru - o que acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em cada período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só se tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em meados do século XX.

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Capa da partitura da ópera O Guarani de Carlos Gomes
Nota: Esta página é sobre o movimento cultural. Se procura outros significados da mesma expressão, consulte Música do Brasil (desambiguação).
A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses e os escravos.
Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem portuguesa, mas genericamente européia. A maior contribuição do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura colonizadora.
Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros países se tornariam importantes, como foi o caso da voga operística italiana e francesa e das danças como a zarzuela, o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norteamericano no século XX, que encontraram todos um fértil terreno no Brasil para enraizamento e transformação.
Com grande participação negra, a música popular desde fins do século XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela diversidade de elementos se apresentou até tardiamente numa feição bastante indiferenciada, acompanhando de perto - dentro das possibilidades técnicas locais, bastante modestas se comparadas com os grandes centros europeus ou como os do México e do Peru - o que acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em cada período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só se tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em meados do século XX.
Índice
[esconder]
1 Música clássica (ou erudita)
1.1 Primórdios
1.2 O século XVIII e a Escola Mineira
1.3 O Classicismo
1.4 Romantismo
1.5 Nacionalismo
1.6 Vanguardas e sínteses posteriores
1.7 Os contemporâneos
1.8 O cenário atual da música clássica no Brasil
1.9 Mídia
2 Música popular
2.1 Origens
2.2 A Modinha
2.3 O Choro
2.4 O Teatro de Revista e a Era do Rádio
2.5 O Samba
2.6 Anos 60: Bossa Nova, Tropicália e Jovem Guarda
2.7 Anos 70 e 80
2.8 A música popular hoje
3 Música tradicional ou folclórica
3.1 Mídia
3.2 Música indígena
4 Ver também
5 Referências
6 Bibliografia
7 Ligações externas
[editar] Música clássica (ou erudita)
[editar] Primórdios
O que se conhece dos primeiros tempos da música erudita no Brasil é muito pouco. Não se pode pintar um panorama musical nacional durante os dois primeiros séculos de colonização sem sermos obrigados a deixar amplos espaços em branco.
Os primeiros registros de atividade musical consistente no Brasil provêm da atividade dos padres Jesuítas, estabelecidos aqui desde 1549. Dez anos depois já haviam fundado aldeamentos para os índios (as chamadas Reduções) com uma estrutura educativa musical. Neste início, ainda com escasso número de cidades, mesmo as mais importantes não passando de pequenos povoados, também é lembrada a atividade de Francisco de Vaccas como mestre-de-capela e Pedro da Fonseca como organista, ambos ativos na Sé de Salvador.

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Ruínas de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, um dos aldeamentos Jesuítas onde se praticava música com alto grau de complexidade e refinamento
Um século mais tarde as Reduções do sul do Brasil, fundadas por Jesuítas espanhóis, conheceriam um florescimento cultural vigoroso e exuberante, onde funcionaram verdadeiros conservatórios musicais, e relatos de época atestam a fascinação do índio pela música da Europa[1] e sua competente participação tanto na construção de instrumentos como na prática instrumental e vocal. Os padrões de estilo e interpretação eram naturalmente todos da cultura da Europa, e o objetivo desta musicalização do gentio era acima de tudo catequético, com escassa ou nula contribuição criativa original de sua parte. Com o passar dos anos os índios remanescentes dos massacres e epidemias foram se retirando para regiões mais remotas do Brasil, fugindo do contato com o branco, e sua participação na vida musical nacional foi decrescendo até quase desaparecer por completo.
O mesmo caso de dominação cultural ocorreu no caso do negro, cuja cultura foi tão decisiva para a formação da música brasileira atual, especialmente a popular. Mesmo com a vinda de maciços contingentes de escravos da África a partir do século XVI, sua raça era considerada inferior e desprezível demais para ser levada a sério pela cultura oficial. Mas seu destino seria diferente do do índio. Logo sua musicalidade foi notada pelo colonizador, e sendo uma etnia mais prontamente integrável à cultura dominante do que os arredios índios, grande número de negros e mulatos passaram a ser educados musicalmente - dentro dos padrões portugueses, naturalmente - formando orquestras e bandas que eram muito louvadas pela qualidade de seu desempenho. Mas a contribuição autenticamente negra à música erudita brasileira teria de esperar até o século XX para poder se manifestar em toda sua riqueza.
É importante assinalar ainda a formação de irmandades de músicos a partir do século XVII, algumas integradas somente por negros e mulatos, irmandades estas que passariam a monopolizar a escrita e execução de música em boa parte do Brasil.
[editar] O século XVIII e a Escola Mineira
Chegando ao século XVIII já vemos uma atividade musical bastante intensa em todas as partes civilizadas do país, com uma estrutura institucional e educacional mais ou menos estabilizada e um público apreciador em todas as classes sociais. As pequenas orquestras privadas se multiplicam, as irmandades atuam intensamente, as igrejas apresentam rica variedade de música, as corporações militares possuem suas bandas estáveis e a ópera de matriz napolitana vira uma mania. As salas de concerto e teatros aparecem em diversas cidades, especialmente em Salvador, São Paulo, Recife e no Rio de Janeiro, algumas bastante luxuosas.
São de lembrar na primeira metade do século os nomes de Luís Álvares Pinto, mestre-de-capela da Igreja de São Pedro dos Clérigos em Recife, do padre Caetano de Mello de Jesus, compositor e insigne teórico na Bahia, e Antônio José da Silva, o Judeu, que fez sucesso em Lisboa como autor de libretos mordazes para comédias de costumes que seriam muito encenadas também no Brasil até o Império, e cuja parte musical era do compositor Antônio Teixeira.

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Ouro Preto, importante centro musical no século XVIII
Na segunda metade do século XVIII um grande florescimento musical aconteceu na Capitania das Minas Gerais, especialmente na região de Vila Rica, atual Ouro Preto, de Mariana e do Arraial do Tejuco, hoje Diamantina, onde a extração de grandes quantidades de ouro e diamantes destinados à metrópole portuguesa atraiu uma população considerável que deu origem a uma próspera urbanização. Ali a vida musical, tanto pública como privada, religiosa ou secular, foi muito privilegiada, registrando-se a importação de grandes órgãos para as igrejas (incluindo um fabricado por Arp Schnitger hoje na Catedral de Mariana) e de partituras de Luigi Boccherini e Joseph Haydn pouco tempo após sua publicação na Europa.
Neste período surgiram os primeiros compositores importantes naturais do Brasil, muitos deles mulatos, escrevendo em um estilo com elementos rococós mas principalmente derivado de uma matriz clássica. Alguns dos autores mais dignos de nota nesta região foram José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, talvez o mais importante deste grupo, Manoel Dias de Oliveira, Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho Neto (pai) e Marcos Coelho Neto (filho), todos muito ativos, embora em muitos casos poucas peças de sua produção tenham chegado até nós. Mas dentre o que restou são exemplos notáveis um Magnificat de Manuel Dias de Oliveira e a célebre Antífona de Nossa Senhora, de Lobo de Mesquita. Impressionam as estatísticas da época do apogeu mineiro: no Tejuco existiriam dez regentes em atividade, o que implica um corpo de músicos profissionais de pelo menos 120 pessoas; em Ouro Preto teriam atuado cerca de 250 músicos, e mais de mil em toda a Capitania, sem contar os diletantes, que deveriam compor uma legião adicional, uma quantidade maior do que a que existia na metrópole portuguesa na mesma época [2]
Com o esgotamento das minas no fim do século o foco da atividade musical se deslocaria para outros pontos, especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo, onde merece menção André da Silva Gomes, de origem portuguesa, Mestre de Capela da Catedral, deixando bom número de obras e dinamizando a vida musical da cidade.
Até há pouco tempo em grande parte desconhecido, este acervo de música colonial, quase em totalidade no gênero sacro, vêm recebendo mais atenção no Brasil e também no exterior especialmente após as pesquisas realizadas por Francisco Curt Lange nos anos 40, e hoje está sendo mais amplamente estudado e divulgado.
[editar] O Classicismo
Fator crucial para a transformação da vida musical e dos parâmetros estéticos brasileiros seria a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. Até então o Rio não se distinguia em nada de outros centros culturais do país, sendo mesmo inferior a Minas e aos centros nordestinos, mas a presença da corte alterou radicalmente a situação, concentrando todas as atenções e servindo como grande estímulo a um outro florescimento artístico, já de molde claramente classicista.
Dom João VI havia trazido consigo a vasta biblioteca musical dos Bragança - uma das melhores da Europa na época - e rapidamente mandou vir músicos de Lisboa e castrati da Itália, reorganizando a Capela Real agora com cerca de 50 cantores e uma centena de instrumentistas, e mandou construir um suntuoso teatro, chamado de Real Teatro de São João. A música profana contou com a presença de Marcos Portugal, nomeado Compositor da Corte e Mestre de Música dos Infantes, e de Sigismund von Neukomm, que contribuíram com apreciável quantidade de obras próprias e também para divulgar na capital o trabalho de importantes autores europeus, como Mozart e Haydn.

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Padre José Maurício Nunes Garcia.
Neste ambiente atuou o primeiro grande compositor brasileiro, o padre José Maurício Nunes Garcia. Homem de grande cultura para sua origem - era mulato e pobre - foi um dos fundadores da Irmandade de Santa Cecília no Rio, professor de muitos alunos, Pregador Régio e Mestre da Capela Real da Sé durante a estada de Dom João VI no Brasil. Deixou extensa obra de alta qualidade, onde se destacam a Missa Pastoril, a Missa de Santa Cecília, o Officium de 1816, e as intensamente expressivas Matinas de Finados, para coro a capella, além de alguma música instrumental e obras teóricas.
São interessantes neste período também as figuras de Gabriel Fernandes da Trindade, compositor de modinhas e das únicas peças camerísticas remanescentes do início do século XIX [3], um conjunto de refinados Duos Concertantes para violinos, e João de Deus de Castro Lobo, que atuou nas já decadentes Mariana e Ouro Preto, mas deixando obra de grande qualidade.
Este período de brilho não duraria muito. Em 1821 o rei foi obrigado a retornar a Lisboa, levando consigo a corte, e a vida cultural no Rio esvaziou-se de súbito. Apesar do entusiasmo de Dom Pedro I pela música, sendo ele mesmo autor de algumas peças e da música do Hino da Independência, a difícil situação financeira gerada pela independência não permitia muitos luxos. O incêndio do Teatro de São João em 1824 foi outro golpe, apesar de ter sido restaurado e reinaugurado sob o nome de Teatro de São Pedro de Alcântara e continuar com suas récitas operísticas. Com a abdicação de Dom Pedro em 1831 e a conseqüente instabilidade política e social durante a menoridade de seu sucessor, o cenário se estreitou ainda mais e foi dissolvida a Capela Imperial, permanecendo um punhado de músicos.
[editar] Romantismo
A figura central nestes tempos difíceis foi Francisco Manuel da Silva, discípulo do Padre José Maurício e sucessor de seu mestre na Capela. Apesar de ser compositor de escassos recursos, merece crédito por sua importante atividade organizadora, fundando o Conservatório de Música do Rio de Janeiro e sendo o regente do Teatro Lírico Fluminense e depois da Ópera Nacional. Também foi o autor do Hino Nacional Brasileiro. Sua obra refletiu a transição do gosto musical para o Romantismo, quando o interesse dos compositores nacionais recaiu principalmente sobre a ópera. Neste campo a maior figura foi sem dúvida Antônio Carlos Gomes, que compôs óperas com temas nacionalistas mas com estética européia, tais como Il Guarany e Lo Schiavo, que conquistaram sucesso em teatros europeus exigentes como o La Scala, em Milão.

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Carlos Gomes
O bel canto estava em seu auge na Europa, e era apreciadíssimo no Brasil, especialmente na capital, mas também em Recife, São Paulo e Salvador. Há registro de inúmeras representações de obras de Rossini, Bellini, Donizetti e mesmo Verdi, além de compositores franceses como Meyerbeer, Adam e Hérold. Em 1857 foi criada a Ópera Nacional, sob inspiração de José Amat, e logo a iniciativa foi respaldada pelo governo. De início dedicada a apresentação de zarzuelas e óperas cômicas, logo passou a incorporar ao repertório obras sérias brasileiras de José Ferreira, Elias Álvares Lobo e Carlos Gomes, e algumas óperas estrangeiras foram encenadas no vernáculo. A voga da ópera perduraria até meados do século XX e seria o motivo para a construção de uma série de teatros importantes, como o Amazonas de Manaus, o Municipal do Rio, o São Pedro em Porto Alegre, o da Paz em Belém e diversos outros, todos de proporções majestosas e decorados com requintes de luxo.
Apesar da primazia da ópera a música instrumental também era praticada, sendo o piano o instrumento privilegiado. Alguns pianistas importantes realizaram recitais aqui, como Sigismond Thalberg em 1855, e Gottschalk fez furor com sua Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. Nesta época algumas associações privadas se organizaram para realização de recitais e concertos destinados a sócios em São Paulo, onde Alexandre Levy criou o Clube Haydn, e no Rio, onde o Clube Mozart, fundado em 1867, e o Clube Beethoven, de 1882, realizaram centenas de concertos.
Entre os meados do século XIX e o início do século XX tiveram um papel importante através de sua produção com características progressistas Leopoldo Miguez, seguidor da escola wagneriana, Glauco Velásquez, de curta e brilhante aparição, e Henrique Oswald, que empregava elementos do impressionismo musical francês.
[editar] Nacionalismo
Após Carlos Gomes passou-se a prestar mais atenção ao que poderia constituir uma música autenticamente brasileira. Neste sentido o rico folclore nacional foi a peça-chave, e compositores utilizaram seus temas para elaborações eruditas, embora ainda seguidoras em linhas gerais de escolas estrangeiras. Brasílio Itiberê da Cunha também foi um dos precursores desta corrente, com sua rapsódia A Sertaneja, para piano, escrita entre 1866 e 1869. Outros nomes importantes são Luciano Gallet e Alexandre Levy, de escola européia, mas que uma forma ou outra buscaram incorporar elementos tipicamente nacionais em sua produção. O caminho estava aberto, e um sabor definitivamente brasileiro pode ser encontrado na obra de Antônio Francisco Braga, e especialmente em Alberto Nepomuceno, que empregou largamente ritmos e melodias do folclore em uma síntese inovadora e efetiva com as estruturas formais de matriz européia. A atuação de Nepomuceno também foi importante por ter ele sido presidente da primeira associação brasileira dedicada a concertos sinfônicos públicos.
Um momento importante foi a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar de ter incluído relativamente pouca música em sua programação, o movimento teria impacto na reformulação dos conceitos sobre a arte nacional. Naquela ocasião se apresentou Heitor Villa Lobos, que viria a ser a figura maior do nacionalismo musical brasileiro.

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Villa Lobos
Villa Lobos empreendeu aprofundadas pesquisas sobre o folclore musical brasileiro, que incorporou largamente em sua produção, e era dono de uma inspiração enérgica e apaixonada. Soube fazer seus elementos nacionais e estrangeiros, eruditos e populares, criando um estilo próprio de grande força e poder evocativo, em uma produção caudalosa que empregava desde instrumentos solo, onde o violão teve um papel de destaque, até grandes recursos orquestrais em seus poemas sinfônicos, concertos, sinfonias, bailados, e óperas, passando pelos múltiplos gêneros da música de câmara vocal e instrumental. Villa Lobos também desempenhou um papel decisivo na vida musical do país em virtude de sua associação com o governo central, conseguindo introduzir o ensino do canto orfeônico em todas as escolas de nível médio. Das suas obras são notáveis a série dos Choros, das Bachianas Brasileiras, as suites intituladas A Prole do Bebê, o Rudepoema, os bailados Uirapuru e Amazonas, e o Noneto.
Outros compositores de gabarito também abordaram em maior ou menor grau o nacionalismo, como Oscar Lorenzo Fernández, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri, Luís Cosme, Osvaldo Lacerda e José de Lima Siqueira, e traços desta tendência podem ser encontrados até a contemporaneidade.
[editar] Vanguardas e sínteses posteriores
Como reação à escola nacionalista, identificada como servil à política centralizadora de Getúlio Vargas, ergueram-se alguns músicos em 1939 criando o Movimento Música Viva, liderado pelo compositor, professor e musicólogo Hans Joachim Koellreutter, e por Egídio de Castro e Silva, advogando a adoção de uma estética internacionalizante derivada do dodecafonismo. Faziam parte deste grupo Claudio Santoro, César Guerra Peixe, Eunice Catunda e Edino Krieger, e o movimento encontrou continuidade, embora numa interpretação peculiar, em um núcleo formado em torno da Universidade Federal da Bahia, com Ernst Widmer e Lindembergue Cardoso, dentre outros. Koellreutter adotava métodos revolucionários de ensino, respeitando a individualidade do aluno e estimulando a livre criação antes mesmo do conhecimento aprofundado das regras tradicionais de composição (harmonia, contraponto e fuga). O Movimento editou uma revista e apresentava uma série de programas radiofônicos divulgando seus princípios e obras de música contemporânea. Em 1946 foi publicado um Manifesto, expressando sua negação do academismo e do formalismo, e sua defesa de uma música excercida conscientemente e com compromisso social, e que refletisse a sociedade e pensamento contemporâneos, mas flexibilizando suas posturas em direção a uma recuperação de elementos diatônicos e populares ainda considerados capazes de veicular a verdade musical da sua época.
Mais adiante Guerra Peixe e Santoro seguiriam um caminho independente e centrado em regionalismos, influenciando a música popular brasileira instrumental. Outros autores, em busca de um pluralismo idiomático, que fizeram uma utilização livre de materiais tradicionais ou progressistas, folclóricos ou tonais, foram Marlos Nobre, Almeida Prado, e Armando Albuquerque, criadores de estilos muito característicos.
Nos anos 60 um novo impulso criativo apareceu com o movimento Música Nova, liderado por Gilberto Mendes e Willy Corrêa de Oliveira, fundado em 1963 buscando sintetizar o serialismo com as pesquisas mais recentes sobre microtonalidade, processos eletroacústicos e a música concreta, empregando novos recursos notacionais e reavaliando conceitos da semiótica musical, com grande influência sobre a música para teatro. A paradigmática peça Beba Coca-Cola, de Gilberto Mendes sobre texto de Décio Pignatari, causou sensação em sua estréia em 1968 e inaugurou uma tendência multimedia e performática no panorama musical brasileiro.
[editar] Os contemporâneos
Atualmente todas as correntes contemporâneas encontram representantes brasileiros, e a música clássica no país segue a tendência mundial de usar livremente tanto elementos experimentais quanto consagrados, entre as quais podem ser mencionados compositores como Amaral Vieira, Ronaldo Miranda e Edson Zampronha. Um dado importante foi a introdução da música eletrônica, apesar da relativa defasagem existente no Brasil com relação aos estúdios de criação da Europa e Estados Unidos.
[editar] O cenário atual da música clássica no Brasil

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Orquestra Sinfônica do estado de São Paulo em concerto em Campos do Jordão
Em termos de ensino musical e grupos de interpretação o Brasil encontra-se em posição relativamente boa, dada sua história de poucos séculos, embora não se possa comparar aos países mais desenvolvidos do mundo ocidental. A música erudita ainda recebe escasso apoio oficial, a despeito do crescente número de escolas e de novos músicos ali formados, e do público apreciador. Diversas capitais estaduais e outras tantas cidades do interior dispõem de pelo menos uma orquestra sinfônica estável e uma escola superior de música, mas grupos de nível realmente internacional ainda são poucos, podendo-se citar a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP) [2], a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) [3], a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) [4], Orquestra Sinfônica do Paraná e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) [5], além de poucas outras mantidas por grandes empresas como a Orquestra Petrobras Sinfônica [6]. Grupos de câmara são mais numerosos e qualificados, e intérpretes solo já contam-se em milhares, muitos deles de carreira consolidada fora do país. Existem temporadas regulares de ópera em São Paulo e Rio de Janeiro, eventos como o Festival de Inverno de Campos do Jordão tornam-se uma referência nacional, e maestros como Roberto Minczuk, John Neschling, Eleazar de Carvalho e Isaac Karabtchevsky são respeitados internacionalmente.
Dentre os instrumentistas são nomes notórios Roberto Szidon, Antonio Meneses, Cussy de Almeida, Gilberto Tinetti, Arnaldo Cohen e Nelson Freire, além das veneradas Eudóxia de Barros, Guiomar Novais e Magdalena Tagliaferro, das primeiras a conquistarem o público estrangeiro. Dos cantores tivemos Zola Amaro, Constantina Araújo, Bidu Sayão , e hoje são destacados Eliane Coelho, Kismara Pessatti, Maria Lúcia Godoy, Sebastião Teixeira e muitos outros.
[editar] Mídia
Padre José Maurício: Moteto Domine Jesu (versão instrumental midi}
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nunes_Garcia_Moteto_Domine_Jesu.ogg
Carlos Gomes: Alvorada, para orquestra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Carlos_Gomes_-_Alvorada.ogg
Glauco Velásquez: Alma minha gentil, opus 107, para canto e orquestra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Glauco_Vel%C3%A1squez_-_Alma_minha_gentil_-_opus_107.ogg
[editar] Música popular

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O lundu praticado no século XIX, em gravura de Rugendas.
Na música popular o negro teve uma participação fundamental. Trazendo da África alguns instrumentos como atabaques, o agogô, a cuíca e o berimbau, e ritmos desconhecidos pelos europeus, já no século XVIII sua contribuição se faz notar nas danças e canções de rua, crescendo em importância no século XIX e florescendo exuberante após a abolição da escravatura em 1888, equiparando-se nos dias de hoje à participação branca.
[editar] Origens
Os primeiros exemplos de música popular no Brasil datam do século XVII, como o lundu, originalmente uma dança africana que chegou ao Brasil via Portugal ou diretamente com os escravos vindos de Angola. Tinha uma natureza sensual e humorística que foi censurada na metrópole, mas no Brasil recuperou este caráter, apesar de ter incorporado algum polimento formal e instrumentos como o bandolim. Mais tarde o lundu, que de início não era cantado, evoluiu assumindo um caráter de canção urbana e se tornando popular como dança de salão. Outra dança muito antiga é o cateretê, de origem indígena e influenciada mais tarde pelos escravos africanos.
[editar] A Modinha
Entre os séculos XVIII e XIX a modinha assumiu um lugar de destaque. De origem possivelmente portuguesa a partir de elementos da ópera italiana, foi citada pela primeira vez na literatura por Nicolau Tolentino de Almeida em 1779, embora seja ainda mais antiga[4]. Domingos Caldas Barbosa foi um de seus primeiros grandes expoentes, publicando uma série que foi extremamente popular na época. A modinha é em linhas gerais uma canção de caráter sentimental de feição bastante simplificada, muitas vezes de estrutura estrófica e acompanhamento reduzido a uma simples viola ou guitarra, sendo de apelo direto às pessoas comuns. Mesmo assim era uma presença constante nos saraus dos aristocratas, e podia ser mais elaborada e acompanhada por flautas e outros instrumentos e ter textos de poetas importantes como Tomás Antônio Gonzaga, cujo Marília de Dirceu foi musicado uma infinidade de vezes. A modinha era tão apreciada que também músicos da corte criaram algumas peças no gênero, como Marcos Portugal, autor de uma série com letras extraídas da Marília de Dirceu, e o Padre José Maurício, autor da célebre Beijo a mão que me condena.

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Joaquim Calado, um dos criadores do choro

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Chiquinha Gonzaga aos dezoito anos, a primeira pianista de choro
[editar] O Choro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Choro
Durante o período colonial e o Primeiro Império também as valsas, polcas, scottischs e tangos de diversas origens estrangeiras encontraram no Brasil uma forma de expressão peculiar e que, junto com a herança da modinha, viriam a ser a origem do Choro, um gênero que recebeu este nome em virtude de seu caráter plangente. Surgiu em torno de 1880 e logo adquiriu uma feição própria, onde o improviso tinha um papel principal e estabilizando-se na formação para uma flauta, um cavaquinho e um violão, e mais tarde ampliando seu instrumental. Seus maiores representantes foram Joaquim Antônio da Silva Calado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.
[editar] O Teatro de Revista e a Era do Rádio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Teatro de Revista

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Carmen Miranda
Inspirado no modelo das operetas, teve seu início no Brasil em meados do século XIX com a apresentação em 1859 da peça As Surpresas do Sr. José da Piedade, de Justiniano de Figueiredo Novaes. O gênero caiu no agrado das massas e se caracterizava por ser uma crítica satírica aos costumes vigentes. Os números apresentados eram em geral canções populares ou paródias de obras célebres, acompanhadas por uma orquestra de câmara. Nos anos 30 atingiu seu auge, com encenações luxuosas e que já apresentavam as suas estrelas, as vedetes, com trajes sumários, o que deu origem à derivação do Teatro Rebolado. As companhias mais famosas foram as de Walter Pinto e Carlos Machado, revelando talentos como Carmen Miranda, Wilza Carla, Dercy Gonçalves e Elvira Pagã, que fizeram imenso sucesso.
Também no fim dos anos 30 iniciou no Brasil a chamada Era do Rádio, quando este meio de comunicação assumiu um importante papel de divulgador de música popular até bem dentro da década de 50, e onde alguns intérpretes conquistaram uma audiência nacional, como Dolores Duran, Nora Ney, Vicente Celestino e Ângela Maria.
[editar] O Samba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Samba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Samba-canção
Derivado da umbigada, um ritmo africano, o samba já era registrado desde 1838, e recebeu influências da modinha, do maxixe e do lundu, e no século XIX a palavra designava uma variedade de danças de origem negra. No início do século XX foi adotado por compositores como Ernesto Nazareth, Noel Rosa, Cartola e Donga, que lhe deram foros de arte retirando-o da relativa obscuridade e legitimizando-o perante a cultura oficial. A partir dos anos 30 recebeu um grande impulso através de compositores como Ary Barroso, Lamartine Babo, Assis Valente, Braguinha, Joubert de Carvalho, André Filho e Synval Silva, e de intérpretes como Carmen Miranda, e ramificou-se em várias direções, dando origem a ritmos como o samba-canção, o samba-enredo e o pagode, e influenciando a Bossa Nova.
De todas as ramificações do samba uma das mais fecundas e duradouras foi o samba-canção, influenciado pelos boleros e baladas, com uma temática romântica que ia do lírico ao trágico, teve em Noel Rosa um de seus maiores compositores, e em Nora Ney, Cauby Peixoto e Ângela Maria alguns de seus maiores cantores. Maysa também foi uma grande intérprete de sambas-canção, embora sua ligação com a Bossa Nova a torne uma figura de transição.
[editar] Anos 60: Bossa Nova, Tropicália e Jovem Guarda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigos principais: Bossa Nova, Tropicália, Jovem Guarda.

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Desenho de Nara Leão feito a crayon

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Chico_Buarque.jpg
Chico Buarque

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Daniela_Mercury.jpg
Daniela Mercury
A Bossa Nova foi um movimento basicamente urbano, originado no fim dos anos 50 em saraus de universitários e músicos da classe média. De início era apenas uma forma (bossa) diferente de cantar o samba, mas logo incorporou elementos do Jazz e do Impressionismo musical de Debussy e Ravel, e desenvolveu um contorno intimista, leve e coloquial, e baseado principalmente na voz solo e no piano ou violão para acompanhamento, ainda que com refinamentos de harmonia e ritmo. Dentre seus maiores nomes estão o de Nara Leão, Carlos Lyra, João Gilberto e Tom Jobim.

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Caetano Veloso
Com uma postura diferenciada e de vanguarda surgiu também nesta década o Tropicalismo e a Jovem Guarda. O Tropicalismo que se caracterizou por associar numa mistura antropofágica elementos da cultura pop, como o rock, e da cultura de elite, como o concretismo, além de fazer uso muitas vezes de um discurso politicamente engajado e de protesto contra a ditadura militar que se instaurou na época, gerando perseguições e obrigando alguns de seus integrantes ao exílio, como foi o caso de Caetano Veloso e Gilberto Gil. O movimento teve grande impacto também sobre o cinema e as artes plásticas. Jorge Ben, Gal Costa,Maria Bethânia, Rogério Duprat, Nara leão, Tom Zé e Os Mutantes são outros de seus grandes representantes musicais.
Já a Jovem Guarda era um movimento que se ligava basicamente ao rock americano e inglês dos anos anteriores, embora no Brasil tenha se suavizado e adotado uma temática romântica em uma abordagem muitas vezes ingênua. O movimento surgiu das apresentações em um programa de TV da Rede Record que tinha este nome, e seu maior representante foi nesta época Roberto Carlos, junto com Erasmo Carlos, Wanderléa, José Ricardo, Wanderley Cardoso e conjuntos como Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, The Fevers.
[editar] Anos 70 e 80
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: MPB
A transição para a década de 70 foi marcada pelo surgimento do que se convencionou chamar de MPB (Música Popular Brasileira), um termo que designa em verdade uma ampla gama de estilos musicais derivados de várias matrizes, desde o rock até os regionalismos, passando pela música de protesto e a nacionalista. A TV passou a desempenhar um papel importante com a realização de festivais, iniciados em 1965, onde se destacou a figura ímpar de Elis Regina, que se tornaria uma das mais importantes cantoras do Brasil. Os nomes de Gal Costa, Simone, Marina Lima e Maria Bethânia marcaram definitivamente os anos 80. Também nesta fase são figuras marcantes Geraldo Vandré e Chico Buarque.
[editar] A música popular hoje
Com a crescente abertura do Brasil à cultura globalizada dos anos 90 em diante, concomitante ao maior conhecimento, valorização e divulgação de suas próprias raízes históricas, sua música vem mostrando grande originalidade e variedade, observadas na criativa fusão de influências diversas e na riqueza de gêneros musicais encontrados hoje em dia, como o samba, a música sertaneja, o BRock, o samba-reggae, o baião, o forró, o funk, o frevo, o hip hop, o charme a música eletrônica, os regionalistas, entre tantos outros.
Nota-se uma substancial predominância das mulheres no campo da interpretação de canções: desde as divas da era do radio até os dias atuais as mulheres são maioria. Em 2006 mais de 100 discos de intérpretes femininas foram lançadas. No mesmo período, foram lançados apenas 34 discos de intérpretes masculinos [5].
[editar] Música tradicional ou folclórica

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Rugendas: Uma congada no século XIX

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Bloco de maracatu, Olinda
Como uma categoria à parte da música clássica e da música popular está a chamada música tradicional ou folclórica, um gênero que é constituído por expressões musicais mais ou menos imutáveis, transmitidas de geração em geração em zonas onde os modernos meios de comunicação e o mercado de consumo ainda não exercem decisivamente sua influência diluidora. Estas expressões se encontram na maior parte das vezes ligadas a festividades, lendas e mitos característicos de cada região, e podem preservar influências arcaicas, onde são detectáveis traços medievais europeus ou indígenas e negros muito antigos, ou de elementos étnicos específicos quando pertencem a regiões de imigração de populações de fora do Brasil, como ocorre no Rio Grande do Sul, que recebeu grandes levas de italianos, açorianos e alemães.
Dentre as mais típicas estão as congadas, da região centro-nordeste do país, os ternos-de-reis, associados a ritos religiosos católicos, o repentismo, gênero de desafio musical em improviso, de larga difusão em todo o Brasil com estilos diversos, e as cantigas de roda, que fazem parte do universo infantil e constituem um riquíssimo acervo musical que tem inspirado compositores do porte de Villa Lobos.
[editar] Mídia
Cantico Salutaris - Festa do Divino Espírito Santo - Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário, Pirenópolis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Piren%C3%B3polis_-_Novena_do_Divino_-_Ladainha.ogg
[editar] Música indígena
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Música indígena brasileira

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Índios no Kuarup
Dentro da classe de músicas tradicionais podem ser incluídas as ainda praticadas pelos remanescentes das tribos de índios que outrora povoavam todo o território nacional e hoje vivem confinados em reservas especialmente na região amazônica e do centro-oeste, onde o contato com o colonizador foi menos profundo e transformador. Alguns grupos tiveram uma expressiva participação na música do Brasil especialmente no âmbito das Reduções Jesuítas durante os séculos XVII e XVIII, adquirindo grande proficiência na interpretação da arte musical de tradição européia, mas em geral os índios evitaram o contato mais profundo com o branco, esquivando-se quando possível da aculturação, e logo se retiraram para regiões mais remotas e seu papel na vida musical nacional diminuiu até quase desaparecer, permanecendo sua música como um universo à parte das correntes gerais que floresceram no país.
Mencionada desde os primeiros tempos coloniais, sua música própria, ou o que dela restou, só passaria a receber mais atenção acadêmica e oficial a partir do trabalho de pesquisa de Villa Lobos no século XX. Nas reservas onde ainda vivem seus descendentes alguns ritos religiosos e festejos sociais de longa tradição ainda são encontrados de forma mais ou menos autêntica, como as cerimônias do Kuarup, do Ouricuri e do Umbu, onde a música e a dança desempenham um papel de grande relevo.
Onde a música índígena encontrou o elemento negro fusões resultaram em uma forma de cultura específica denomonada cabocla, com manifestações híbridas típicas como o candomblé de caboclo, o maracatu de caboclo e outras.
A música indígena tinha (e ainda tem) um caráter sobrenatural, sendo ligada desde suas origenas imemoriais a mitos fundadores e usada com finalidades de socialização, culto, ligação com os ancestrais e exorcismo, magia ou cura. Segundo certas lendas a música foi um presente dos deuses, entristecidos com o silêncio que imperava no mundo dos humanos. Na maioria dos casos a música é associada à dança ritual.

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Índios Kamaiurá tocando uma flauta típica, uruá
A voz e o canto são dominantes na música indígena, mas existe um muito variado instrumental de apoio, com instrumentos de percussão, sopro e zunidores, mas classificações próprias dos índios fazem distinções diferentes, com dezenas de categorias para "coisas de fazer música". Os instrumentos podem ser feitos de uma variedade de materiais, como sementes, madeiras, fibras, pedras, objetos cerâmicos, ovos, ossos, chifres e cascos de animais. Não seguindo o sistema tonal ocidental, a sua sonoridade apresenta uma enorme sutileza e complexidade especialmente nos timbres e nas alturas. O ritmo também é extensamente trabalhado. Contudo, não existe desenvolvimento de polifonia ou harmonia reais (num sentido ocidental), sendo de uma espécie monódica ou no máximo heterofônica, com alguns exemplos de composição antifonal. Não existe notação, e o acervo de composições antigas é transmitido pela prática continuada entre as gerações. A criação de novas músicas é geralmente adstrita aos pajés, que as intuem em seus transes onde estabelecem contato com deuses e ancestrais, ou surgem nos sonhos dos guerreiros mais distinguidos da tribo.
Também há rigorosas prescrições para uso de determinadas melodias e para quem será o intérprete, e para quando serão executadas. Há músicas e instrumentos exclusivos dos homens, outros só de mulheres, ou melodias cantadas apenas em um certo rito ou com uma função específica. Em algumas tribos as mulheres não podem sequer ver certos instrumentos (embora devam ouvir sua música), como as flautas produzidas com madeira de certas árvores sagradas como a paxiúba e embaúba, consideradas como sendo o corpo místico de seus heróis.
A interpretação musical está usualmente cercada de rituais propiciatórios ou facilitadores, como a pintura de uma linha sobre o ouvido e lábio para facilitar o aprendizado de canções, colocar um ramo de enodoréu à orelha para não esquecer a melodia, e uma série de outras praxes [6]
[editar] Ver também
Música Popular Brasileira
Lista de cantores do Brasil
Lista de gaitistas brasileiros
Lista de grupos musicais brasileiros
Lista de bandas de forró
Listas de bandas de xote
Lista de grupos musicais (ver Brasil)
Categoria:Música do Brasil
Categoria:Compositores eruditos do Brasil
Referências
Padre Noel Berthold, citado por Trevisan, Armindo, in A Escultura dos Sete Povos. Brasília: Editora Movimento / Instituto Nacional do Livro, 1978.
Mariz, Vasco. História da Música no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. 6ª ed.
Castagna, Paulo. Encarte do CD Gabriel Fernandes da Trindade - Duetos Concertantes. São Paulo: Paulus, 1995.
Fryer, Peter (1 Mar 2000). Rhythms of Resistance. Pluto Press, 142-143. ISBN 0-7453-0731-0.
A nação das cantoras
Peret, J. A. A Força Mágica da Música Indígena. [1]
[editar] Bibliografia
Hindley, Geoffrey (editor). The Larousse Encyclopedia of Music. Londres: Hamlyn, 1990.
Mariz, Vasco. História da Música no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. 6ª edição ampliada e atualizada.
[editar] Ligações externas
Acervo da Música Brasileira - Museu da Música de Mariana, com partituras e gravações de música colonial brasileira
Música Colonial Brasileira
PubliFolha - Música
Música Erudita
História da Música Erudita no Brasil
Pequena História da Bossa Nova - áudio e imagens de capas de LPs
Dicionário Cravo Albim
(em inglês)Brazilian Beats Música do Brasil
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vde
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Flag_of_Brazil.svgArtes do Brasil

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Matheus_StradVeterano
# Enviado: 21/fev/05 14:51
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Citar COMPOSITORES QUE FIZERAM A HISTÓRIA DA MÚSICA: Bach, C.P.E. (1718-1788), foi instrumentista de teclado e compositor de projeção. Desenvolveu formas de sinfonias, concertos e sonatas que influenciaram Haydn, Mozart e Beethoven. Seu Ensaio da verdadeira arte de tocar instrumentos de teclado é um manual básico das técnicas do século XVIII. Foi músico na corte de Frederico, o Grande, e diretor musical em Hamburgo. Bach, J.C. (1735-1782) compôs numerosos trabalhos orquestrais e de câmara, além de várias óperas. Teve muito sucesso na Inglaterra, onde passou os últimos vinte anos de sua vida. Bach, J.S. (1685-1750) é considerado um dos maiores compositores de todos os tempos. Sua música culminou e enriqueceu a tradição polifônica da música barroca, e refletiu também as inovações harmônicas que estavam suplantando a polifonia. Grande mestre da fuga e do contraponto, J.S.Bach ocupou cargos nas cortes do duque de Weimar e do príncipe Leopoldo de Cöthen, e foi diretor de música da igreja de São Tomás em Leipzig. Bach, W.F. (1710-1784) organista em Dresden e em Halle, deixou algumas composições atualmente desconhecidas. Beethoven (1770-1827), compositor alemão, foi menino prodígio, apresentando-se como pianista e, aos quatorze anos, tornou-se organista assistente da capela do eleitor de Bonn. Alguns anos depois, fixou-se em Viena, tomando lições com Haydn e outros mestres. Quando tinha aproximadamente trinta anos, começou a ficar surdo. O compositor morreu sem poder ouvir muitas das suas obras mais amadurecidas. Seu trabalho costuma ser dividido em três períodos: A Sonata Patética e a Sinfonia n.º 1 pertencem ao período da mocidade, em que ele ainda estava sob a influência do estilo rococó de Haydn e Mozart. No período da maturidade, acentuou-se progressivamente o caráter trágico e melancólico típico do Romantismo; são desse período a Sinfonia n.º 3 - Eroica, a Sinfonia n.º 5, o Concerto para piano n.º 5 - Imperador, e a ópera Fidélio. A última fase, de um Beethoven já completamente surdo, caracteriza-se por um romantismo interiorizado e abstrato. Nela se incluem a Sinfonia n.º 9 - Coral, a Missa Solene e os últimos quartetos para cordas. Berg (1885-1935),l compositor austríaco de música dodecafônica. Berlioz (1803-1869), compositor francês, filiado ao Romantismo, conhecido por suas obras dramáticas, algumas escritas para grandes orquestras. Bernstein (1918-1990), maestro e compositor norte-americano. Famoso como regente da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque (1958-1969). Bizet (1838-1875), músico francês, tido como uma das maiores expressões do teatro lírico de sua terra. Boccherini (1743-1805), compositor e violoncelista italiano, seus numerosos trabalhos, entre os quais se destacam o Concerto para violoncelo em ré maior e o minueto em lá maior, são comparados aos de seu contemporâneo Haydn. Braga (1868-1945), maestro e compositor brasileiro, autor de inúmeras obras, entre as quais a mais conhecida é o Hino à bandeira. Brahms (1833-1897), compositor romântico alemão, embora fortemente influenciado por Beethoven, sua música apresenta originalidade rítmica própria e grande intensidade emocional, utilizando formas clássicas. Bruckner (1824-1896), compositor austríaco, célebre por nove grandiosas sinfonias e três missas, que o tornaram um legítimo descendente da arte barroca. Buxtehude (1637-1707), compositor e organista dinamarquês, uma das maiores expressões da música do período barroco. Byrd (1543-1623), compositor inglês, um dos mestres da polifonia, em sua época, um dos fundadores da escola dos virginalistas ingleses. Cage (1912-1992), compositor norte-americano de vanguarda, considerado o criador da música aleatória. Carissimi (1605-1674), compositor italiano do período barroco, um dos primeiros a desenvolver a cantata. Charpentier, M.A. (1634-1704), músico francês, o mais importante dos compositores religiosos da sua geração. Cherubini (1760-1842), compositor italiano, autor de importantes inovações na ópera e de inúmeras obras de música sacra. Chopin (1810-1849), compositor e pianista polonês, uma das grandes expressões do Romantismo na música. Suas contribuições para o desenvolvimento da música situam-se no domínio da harmonia: riqueza das modulações, alta expressividade das dissonâncias e do cromatismo. Importantes também foram a máxima utilização que fez do teclado do piano e a distribuição da linha melódica pelas duas mãos, assim como o uso do pedal para obter efeitos de colorido harmônico. Corelli (1653-1713), compositor italiano, um dos nomes mais importantes da música barroca, pioneiro, particularmente, da forma do concerto grosso ou concerto de conjunto camerísticos com instrumentos solistas. Couperin, F. (1668-1773), compositor francês, o mais famoso membro de uma ilustre família de musicistas. Dallapiccola (1904-1975), compositor italiano, um dos principais cultores da música atonal e dodecafônica. Debussy (1862-1918), compositor francês, cuja influência revolucionária na história da música associa-se ao Impressionismo, na pintura e ao Simbolismo, na poesia. Suas idéias sobre harmonia e suas inovações na orquestraçãoe no uso do piano abriram novos caminhos ao desenvolvimento da música erudita do século XX. Dufay (1397-1474), compositor flamengo, o maior de sua época. Dukas (1865-1935), compositor francês, notabilizou-se com o poema sinfônico O aprendiz de feiticeiro (1897), obra baseada no poema homônimo de Goethe. Dvorak (1841-1904), compositor tcheco que desenvolveu o estilo nacionalista iniciado por Smetana. Encina (1468-1529), compositor, dramaturgo e poeta espanhol, pioneiro no teatro profano em seu país. Falla (1876-1946), compositor espanhol, um dos mais importantes de seu país. Foi muito influenciado por Ravel e pela música folclórica andaluza. Gallet (1893-1931), compositor brasileiro, suas primeiras obras datam de 1918, baseadas em moldes franceses. Em 1926, passou a pesquisar a música folclórica brasileira. Em 1930, como diretor do Instituto Nacional de Música, reformulou o ensino musical brasileiro, elevando-o a um nível universitário. Gluck (1714-1787), compositor alemão, viajou muito pela Europa antes de se fixar em Viena, tendo composto as suas dez primeiras óperas na Itália. Em Orfeo e Euridice (1762), abandonou as convenções operísticas artificiais estabelecidas nos cem anos anteriores e transformou a ópera em uma representação musical dramática unificada, aglutinando as partes vocais e instrumentais. Com isso, cessava a supremacia da virtuosidade vocal, imposta pela escola italiana. Gnatalli (1906-1988), compositor e maestro brasileiro, como compositor de música erudita, destacou-se pela temática nacionalista recriada em estilo moderno com grande habilidade de orquestração. Gomes (1836-1896), compositor brasileiro, a maior figura do romantismo musical do seu país. Gounod (1818-1893), compositor romântico francês, influenciado por Palestrina, J.S.Bach, Mozart e Beethoven. Em 1839 obteve o prêmio de Roma com a cantata Fernand. Granados (1867-1916), compositor e pianista espanhol, um dos responsáveis pela criação de um estilo musical característico de seu país. Grieg (1843-1907), compositor norueguês, o principal representante do nacionalismo romântico em seu país. Guarnieri (1907-1993), compositor brasileiro, um dos principais representantes da música erudita da corrente nacionalista. Händel (1685-1759), compositor de origem alemã radicado na Inglaterra em 1712. Considerado um dos maiores mestres do Barroco, rivalizou-se com J.S.Bach na profundidade do sentimento e chegou mesmo a superá-lo no brilho orquestral. Estabelecido como compositor de ópera na Alemanha e na Itália, voltou-se para o gênero do oratório a fim de adaptar-se ao gosto inglês. Seus trabalhos mais famosos são os oratórios Saul e Israel no Egito (1739), O Messias (1749) e Belshazzar (1745). Também se popularizaram até hoje as suítes Música aquática (1717) e Concerto para fogos de artifício (1749). Figuram igualmente como obras-primas de forma e inspiração estéticas seus concertos grossos, sonatas e outras peças camerísticas. Sua carreira encerrou-se entre 1751-1752, devido à cegueira. Haydn (1732-1809), compositor austríaco que estabeleceu as formas clássicas da sinfonia, quarteto para cordas e sonata. Foi o primeiro elemento do trio clássico, no qual se contariam depois Mozart e Beethoven, mas também se inspirou na música folclórica em muitas de suas composições. Foi músico da corte da família Esterhazy durante 48 anos. Sua volumosa obra compreende 107 sinfonias, centenas de peças de câmara, concertos para piano e violino, cerca de 25 óperas, um grande número de composições religiosas, entre as quais se destacam a missa Nelson e o oratório A criação. Kreisler (1875-1962), violinista e compositor austríaco, mundialmente famoso. Leoncavallo (1858-1919), compositor italiano, autor de várias óperas, das quais a mais conhecida é Os palhaços (1892). Liszt (1811-1886), compositor húngaro, considerado o maior pianista do século XIX. Depois de viver alguns anos em Paris, transferiu-se para Weimar, onde dirigiu o teatro da Ópera (1843-1861). Em 1865, ordenou-se frade franciscano, em Roma. Entre suas obras, figuram 2 concertos para piano, o oratório Santa Elisabete e vários poemas sinfônicos, inspirados em textos literários e dos quais se destacam Os prelúdios (1854). Sua filha Cosima, casou-se com Wagner. Lully (1632-1687), compositor francês, italiano de nascimento, músico favorito do rei Luís XIV. Machaut (c.1300-1377), poeta e compositor francês, foi a figura mais destacada da Ars nova francesa no século XIV, responsável por muitas formas novas. Massenet (1842-1912), compositor francês, famoso por suas óperas Manon (1884), Thais (1894) e Don Quixote (1910). Mendelssohn (1809-1847), compositor alemão, um dos grandes representantes da música romântica em seu país. Distinguiu-se também como pianista e regente de orquestra. Mignone (1897-1986), compositor brasileiro, um dos principais representantes do movimento nacionalista que dominou a música erudita brasileira a partir de 1930. Miguéz (1850-1902),





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Matheus_StradVeterano
# Enviado: 21/fev/05 14:52
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Citar Votar Miguéz (1850-1902), compositor e regente brasileiro, estudou na Europa e foi influenciado pelas obras de Wagner e Liszt. De volta ao Brasil, dirigiu uma companhia lírica que atuou no Rio e em São Paulo, e tornou-se diretor do Instituto Nacional de Música (1890). Monteverdi (1567-1643), compositor italiano, autor de notáveis inovações na música operística, antecipou a ópera moderna, na qual as árias, os recitativos e o acompanhamento orquestral colocam-se a serviço da caracterização dramática. No terreno da harmonia, contribuiu decisivamente para o triunfo do cromatismo e da tonalidade. Revolucionou também, as técnicas de orquestração e instrumentação, introduzindo o pizzicato e o tremolo. Mozart (1756-1791), compositor austríaco, menino prodígio, aos três anos já revelava aptidão para a música e, aos seis, já compunha. Viajou por vários países da Europa, inclusive pela Itália, onde suas óperas foram representadas com sucesso. Em 1773 voltou à Áustria, e em Viena conheceu Haydn, de quem se tornou grande amigo e a quem dedicou, mais tarde, seis quartetos. Em 1787, tornou-se compositor da corte do imperador romano germânico José II, em troca de uma pequena pensão anual, insuficiente para minorar suas dificuldades financeiras. Deixou cerca de 600 obras, incluindo aproximadamente 50 sinfonias, 20 óperas, 30 concertos para piano, 40 sonatas para violino, uma missa Requiem e muitas outras peças de câmara. De todos esses gêneros, foi na ópera que o seu gênio se realizou de modo mais completo. Merecem destaque As bodas de Fígaro (1786), que marca o início da sua colaboração com o libretista Lorenzo da Ponte, Don Giovanni (1787) - considerada a sua ópera mais complexa -, Assim fazem todas (1790) e A flauta mágica (1791). Sua extensa obra foi catalogada e numerada por Ludwig Koechel, em 1862. Nepomuceno (1864-1920), compositor e regente brasileiro, precursor do movimento nacionalista, sua obra possui características marcadamente brasileiras, embora também revele a influência wagneriana e das músicas francesas e russas. Grande defensor da introdução do canto em vernáculo, imprimiu à canção brasileira cunho nacional, principalmente quanto à melodia e ao ritmo. Neukomm (1778-1858), compositor e organista austríaco que foi aluno de Haydn e transferiu-se para o Brasil em 1816. Foi nomeado professor público de música do Rio de Janeiro e tornou-se amigo do padre José Maurício. Sua obra, extensa e variada, inclui oratórios, missas, óperas, sinfonias, peças de câmara, romanças, etc. Nielsen (1865-1931), compositor dinamarquês, sua obra evoluiu de um estilo neoclássico de inspiração mozartiana até a politonalidade. Nono (1924-1990), compositor italiano de vaguarda, adepto da música serial, fundiu o impressionismo com a música dodecafônica. Oswald (1852-1931), compositor brasileiro, sua obra foi muito influenciada pelos músicos franceses, particularmente por Fauré. Pachelbel (1653-1706), compositor alemão, um dos principais representantes do Barroco, reintroduziu elementos polifônicos na música da época, tendo sido precursor de J.S.Bach na arte da fuga. Paganini (1782-1840), violinista e compositor italiano, dotado de uma técnica excepcional, foi um dos maiores virtuoses de seu instrumento, introduzindo inovações que estenderam o registro do violino. Suas mais conhecidas composições são os 24 Caprichos, transcritos, posteriormente, para piano, por Schumann e Liszt. Palestrina (1525-1594), compositor renascentista italiano, um dos maiores autores de música sacra. Foi diretor de música da capela Giulia, no Vaticano, e mestre de capela da igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma. Procurou livrar a música vocal dos excessos de contraponto e aproximar o estilo polifônico ao harmônico. Compôs 103 missas e cerca de 300 motetos, além de salmos, madrigais e hinos. Penderecki (1933), compositor polonês, um dos principais nomes da vanguarda musical européia. Pergolesi (1710-1736), compositor italiano, notabilizou-se pelo intermezzo cômico de La serva padrona (1733), cujo sucesso deu origem à ópera bufa na França, Itália e Espanha. Perotin (c.1160-c.1236), compositor francês, precursor da polifonia. Portugal (1762-1830), compositor português, considerado o maior operista de seu país. Praetorius (1571-1621), compositor alemão, um dos músicos luteranos mais importantes do século XVII. Puccini (1858-1924), compositor italiano, dedicado ao gênero lírico, entre suas óperas citam-se: Manon Lescaut (1893), La boheme (1896), Tosca (1900), Madame Butterfly (1904) e Turandot, completada após a sua morte, por Alfano. Rameau (1683-1764) foi um compositor francês e um dos fundadores da moderna teoria sobre a harmonia. Ravel (1875-1937) foi o mais célebre compositor francês moderno, ao lado de Debussy. Conhecido por seu ousado estilo harmônico e por sua combinação de delicadeza e força, introduziu inovações revolucionárias na arte da orquestração. Rimski-Korsakov (1844-1908), compositor russo, considerado o maior mestre de orquestração da música moderna. Rossini (1792-1868), músico e compositor italiano, possivelmente o compositor mais popular da Europa de seu tempo. Saint-Saëns (1835-1921), compositor francês, cuja variada obra é considerada notável pela perfeição formal, embora às vezes carente de conteúdo. É autor de 3 sinfonias, vários concertos para piano, para violino e para violoncelo, poemas sinfônicos, óperas, cantatas e oratórios. Salieri (1750-1825), compositor austríaco de origem italiana. Professor de Schubert, Beethoven e Liszt, amigo de Haydn e inimigo de Mozart, foi mestre de capela da corte imperial da Áustria e diretor da Ópera de Viena. Deixou 2 sinfonias, várias sonatas, cantatas, concertos e peças sacras, além de 39 óperas e óperas bufas, algumas das quais alcançaram grande sucesso em Paris, Viena e Rio de Janeiro (temporada de 1814, no teatro real de São João). Santoro (1919-1989), compositor brasileiro, em sua obra denotam-se duas fases distintas: uma dodecafônica e outra nacionalista. Sarasate (1844-1908), violinista espanhol, grande virtuose, tornou-se mundialmente conhecido. Compositores como Lalo e Saint-Saëns lhe dedicaram obras. É também autor de algumas peças inspiradas no folclore espanhol. Satie (1866-1925), compositor francês cuja obra espirituosa e extremamente original se opôs deliberadamente à seriedade da música dos clássicos alemães. O termo surrealismo foi usado pela primeira vez por Apollinaire em suas notas sobre um balé de Satie, Parade (1917), em cuja partitura entravam instrumentos tão insólitos como sirenes e máquinas de escrever. Scarlatti, A. (1660-1725), compositor italiano, um dos expoentes do Barroco. Compôs centenas de missas, cantatas e oratórios e mais de 100 óperas. Sua contribuição foi importante pelas inovações que introduziu na harmonia, desenvolvimento temático e uso dos instrumentos. Scheidt (1587-1654), compositor alemão, celebrizado por suas composições para órgão, contribuiu para o desenvolvimento do contraponto e adotou o sistema italiano de notação musical em pauta. Schönberg (1874-1951), compositor e musicólogo austríaco de origem judaica, criador do dodecafonismo, sistema que revolucionou a história da música no século XX. Sua obra passou por três fases distintas. Até 1909, suas composições se apoiaram no tonalismo harmônico, embora levando ao extremo o cromatismo wagneriano; como em Noite transfigurada (1899), sexteto para cordas, mais tarde transcrito para orquestra de cordas; o cromatismo extremado redundou na abolição da tonalidade e na criação da atonalidade, inaugurando uma nova fase em sua obra. Pierrô lunar (1912) para vozes e instrumentos é o melhor exemplo dessa fase. Do atonalismo, evoluiu finalmente para o dodecafonismo. Obras capitais desta terceira fase são o Concerto para violino (1936), o Concerto para piano (1942), Um sobrevivente de Varsóvia (1947), para declamação, coro masculino e orquestra, além de suas Variações para grande orquestra sobre o tema B-A-C-H (1928), verdadeiro manual dos compositores dodecafônicos, e da ópera Moisés e Aarão (1930-1951), inacabada. Deixou ainda, inúmeros escritos teóricos. Com a anexação da Áustria pela a Alemanha nazista, refugiou-se nos Estados Unidos. Schubert (1797-1828), compositor austríaco, cuja música participou da transição do classicismo para o romantismo. Em sua vida curta e cheia de dificuldades, conseguiu realizar uma obra extensa e extraordinariamente bela, ao mesmo tempo complexa e de excepcional poder de comunicação. Ainda hoje um dos compositores mais populares, continuam preferidas do público, entre suas 8 sinfonias, a oitava, chamada Inacabada (1822) e a sétima, chamada Grande sinfonia (1828), o quinteto A truta e o quarteto A morte e a donzela (1824). Entre suas mais importante contribuições à música figura a criação do lied dramático, em que a voz e o piano dialogam e se interpretam, com melodia variável de uma estrofe para outra. Schumann (1810-1856), compositor e crítico musical alemão, um dos expoentes do Romatismo. São muitos populares seu concerto para piano e suas sinfonias, sobretudo a de n.º 3 - Renana. Também se notabilizaram as suas peças para piano (como o Carnaval) e para conjuntos de câmara e seus lieder. Casou-se com Clara Wieck, pianista e compositora. Schütz (1585-1672), compositor alemão. Além de seus madrigais e de Dafne, a primeira ópera alemã, seus trabalhos são composições vocais sobre textos sagrados em alemão, com ou sem instrmentos. Dentre suas músicas sacras que influenciaram J.S.Bach, destaca-se Sonhos de Davi. Scriabin (1872-1915), grande pianista e compositor russo, sua música reflete a inspiração profundamente mística e foi estruturada por um sistema original, baseado no acorde sintético. Sibelius (1865-1957), o maior compositor finlandês. Expoente do nacionalismo musical no século XX, criou uma obra que exalta o povo e a paisagem de seu país, impondo-se internacionalmente pela extraordinária riqueza melódica e pela primorosa orquestração. Entre suas peças mais populares figuram o poema sinfônico Finlândia, o Concerto para violino n.º 5 e as Sinfonias n.ºs 5 e 7. Soler (1729-1783), compositor espanhol, foi discípulo e seguido
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 21/fev/05 14:53
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Citar Votar Soler (1729-1783), compositor espanhol, foi discípulo e seguidor de Scarlatti, fazendo, entretanto, inovações na estrutura e nas características modulatórias. Spohr (1784-1859), violinista, compositor e regente alemão do início do período romântico. Na sua obra destacam-se 9 sinfonias e 11 óperas, incluindo Fausto (1816) e Jessonda (1823). Compôs também muitos concertos para violino e música para quartetos de cordas. Spontini (1774-1851), compositor e regente italiano, discípulo de Cimarosa, sua obra foi também influenciada por Gluck. Compôs sobretudo óperas, destacando-se A vestal (1807), e Fernão Cortez (1809), de grande força dramática. Considerado um dos precursores do melodrama romântico, exerceu influência sobre Meyerbeer, Berlioz, Weber e até mesmo Wagner. Viveu alguns anos em Paris, tendo sido nomeado maestro da corte napoleônica (1803-1810). De 1820 a 1841, dirigiu a Ópera de Berlim. Stamitz, J. (1717-1757), compositor e músico tcheco naturalizado alemão. Como maestro da corte em Mannheim (a partir de 1745) e fundador do conservatório local para sinfonistas, forneceu importante contribuição para a evolução estilística da orquestra clássica e teve profunda influência sobre o trabalho de Mozart. Stanford (1852-1924), compositor e regente de orquestra irlandês, foi um dos responsáveis pelo renascimento da música inglesa com base nos elementos do folclore nacional. Stockhausen (1928), compositor alemão, principal representante da música serial em seu país, é o pioneiro da música eletrônica e da introdução de novos efeitos sonoros. Discípulo de Messiaen, compôs, entre outras obras, Grupos (1959), em que três orquestras executam simultaneamente grupos ou blocos de sons; o eletrônico Cantactos; Contrapontos, para orquestra de câmara; Peças para piano; Medidas de tempo, para quinteto de sopro; Estudos eletrônicos; e Canto da juventude, para instrumentos eletrônicos. Strauss I (1804-1849), compositor austríaco, alcançou popularidade e firmou o estilo leve e característico da valsa vienense. Strauss II (1825-1899), compositor austríaco de valsa, autor de grande repertório ainda muito apreciado, como as valsas O Danúbio azul (1866), Contos dos bosques de Viena (1868) e Rosas do sul (1880), e as operetas O morcego (1873) e O barão dos ciganos (1885). Strauss, O. (1870-1954), compositor austríaco de operetas, deixou a Europa depois que seu país foi ocupado pelos nazistas. Escreveu mais de 50 operetas, entre as quais se destacam O soldado de chocolate (1908) e A última valsa (1920). Strauss, R. (1864-1949), compositor e maestro alemão, o mais destacado representante da música pós-romântica em seu país. Alcançou fama com os poemas sinfônicos Don Juan (1888), Morte e transfiguração (1890), As alegres travessuras de Till Eulenspiegel (1895), Assim falou Zaratustra (1896), Don Quixote e A vida de um herói (1898). Depois de 1900, dedicou-se sobretudo à composição de músicas vocais e, tendo von Hofmannsthal como libretista, escreveu óperas que obtiveram grande êxito, entre elas Salomé (1905), Electra (1909), O cavaleiro da rosa (1911) e A mulher sem sombra (1919). As composições de R.Strauss caracterizam-se por uma linguagem musical simples, quase sempre linear e conservadora, em que se destaca um rico colorido orquestral. Stravinsky (1882-1971), compositor russo, um dos maiores expoentes da música do século XX. Discípulo de Rimski-Korsakov e colaborador do famoso coreógrafo Diaghlev, alcançou notoriedade mundial com os balés O pássaro de fogo (1910), Petruchka (1911), A sagração da primavera (1913), nos quais se observam influências do folclore russo. A partir de 1920 viveu na França, onde adotou um estilo neoclássico austero, como em Sinfonias para instrumentos de sopro (1920), nas óperas Maura (1922) e Édipo rei (1927), e na Sinfonia dos Salmos (1930). Emigrou para os Estados Unidos em 1939, naturalizandose em 1945. Entre as composições de sua última fase destacam-se: Danças concertantes (1941-1942), Sinfonia em três movimentos (1942-1945), as óperas A carreira do Devasso (1951) e O dilúvio (1963), além das obras dodecafônicas Agon (1953-1957) e Threni (1958). Sweelinck (1562-1621), compositor e organista holandês, sua fama se deve ao desenvolvimento sistemático de técnicas organísticas em suas obras. Preparou o caminho para J.S.Bach, sendo considerado o maior mestre da escola musical holandesa do Renascimento. Szymanowski (1882-1937), compositor polonês de origem ucraniana, é a figura mais ilustre de sua região depois de Chopin. Suas obras incluem 3 sinfonias, 2 óperas, peças para piano, 2 concertos para piano e música de câmara. Tallis (c.1510-1585), compositor e organista inglês, associado a Byrd, editou Canções sacras (1575). Participou da introdução da liturgia anglicana e sua música sacra é solene e elaboradamente construída. Destaca-se ainda pela importante contribuição que deu ao desenvolvimento do contraponto. Tartini (1692-1770), compositor e violonista italiano, em 1728, fundou em Pádua uma escola de violino que atraiu discípulos do mundo inteiro. Considerado o maior violinista do século XVIII, distinguiu-se como compositor responsável pela evolução do concerto e da sonata. Dentre suas sonatas, destaca-se a célebre Trilos do diabo, cujo nome provém do encadeamento de trilos no terceiro movimento. Desenhou arcos de violino mais compridos, a fim de tornar mais doce sua sonoridade. Taverner (c.1495-1545), compositor inglês, cujas missas e motetos figuram entre os mais belos do do período dos Tudor. Depois de 1530, abandonou a música para tornar-se um agente de Thomas Cromwell, passando a perseguir os religiosos nos mosteiros. Tchaikovsky (1841-1893), compositor e regente russo, estudou com Rubinstein, lecionou no conservatório de Moscou e deu concertos por toda a Europa e Estados Unidos. A orquestração brilhante, a melodia extremamente comunicativa e a intensidade dramática fizeram dele um dos compositores mais populares do mundo. Suas peças mais aplaudidas são: Concerto para piano n.º 1 (1875), a ópera Eugene Oneguin (1877), o Concerto para violino (1878), a abertura Romeu e Julieta (1880), a Sinfonia n.º 6 - Patética (1893), além dos balés Lago dos cisnes (1876) e A bela adormecida (1889). Telemann (1681-1767), compositor alemão, figura de destaque no final do Barroco. Em vida gozou mais fama que J.S.Bach, seu contemporâneo. Seus oratórios, óperas (cerca de 40) e obras instrumentais são famosos pela vivacidade de ritmo e harmonia. Vaughan Willians (1872-1958), compositor inglês, foi influenciado pela música secular religiosa do período Tudor e assim adquiriu métodos de expressão diverosos da música clássica tradicional. Verdi (1813-1901), compositor de óperas italiano, alcançou a fama durante a luta pela unificação e independência da Itália: suas primeiras óperas, como Nabucco (1842), exprimem esses ideais políticos. Na época do Rigoletto (1851), Il trovatore (1853) e La traviata (1853), já desenvolvera seu estilo individual, vigoroso, bem além das convenções herdadas de Rossini, Donizetti e Bellini. Don Carlo (1867), Aida (1871) e o Requiem, composto para homenagear Manzoni (1874), são trabalhos de sua maturidade. As duas grandes óperas shakespearianas da velhice, Otello (1887) e Falstaff (1893), foram compostas sobre libretos de Boito. Villa-Lobos (1887-1959), compositor brasileiro, o maior representante da escola nacionalista no Brasil. Fundiu temas do folclore com elementos da música erudita européia, expressando-se numa linguagem própria; apesar da influência das obras de J.S.Bach, Debussy e Stravinsky, sua obra revela traços marcadamente brasileiros. Desde cedo, interessou-se a fundo pela música folclórica brasileira, tendo aos 18 e aos 26 anos viajado por todo país, recolhendo os temas que utilizaria como elemento básico de composição. Em 1922, teve atuação destacada na Semana de Arte Moderna. Escreveu obras dos mais diversos gêneros, que, no final de sua vida, atingiriam um total de cerca de 1000 composições. Entre os seus trabalhos mais significativos, figuram os 14 Choros (1920-1928), principalmente o n.º 5 - Alma brasileira (1926), para piano, e o n.º 10, para orquestra e coro, que inclui o tema popular Rasga coração; e as Bachianas brasileiras (9) (1930-1945). Estas duas séries são consideradas por muitos como suas obras-primas. Citam-se ainda, a suíte Prole do bebê (1918-1926), para piano; o Noneto (1923), para instrumentos e coro; o Rudepoema (1926), originalmente escrito para piano, depois orquestrado pelo próprio autor; as Cirandas (1926), o Momo precoce (1929), fantasia para piano e orquestra, e as 4 peças do Ciclo brasileiro (1935), para piano, que incluem o Plantio do caboclo, Impressões seresteiras, Festa no sertão e Dança do índio branco. Deixou ainda, quartetos e trios para cordas, bailados, óperas, peças de câmara e sinfônicas, concertos e uma missa. Viotti (1753-1824), compositor e músico italiano, um dos fundadores da moderna escola do violino. Morou em Paris e Londres. Deixou 29 concertos e 12 sonatas para violino. Vivaldi (1678-1741), compositor italiano, um dos mestres do Barroco. Apesar de ter sido ordenado padre, dedicou sua vida, de 1704 a 1740, às atividades de professor de música e regente no Ospedalle della Pieta, em Veneza, um educandário de meninas orfãs. Juntamente com J.S.Bach, sobre o qual exerceu influência, consolidou a forma do concerto grosso em três movimentos (allegro - andante - allegro). Também desenvolveu o concerto para instrumento solista com acompanhamento de orquestra e, embora tenha criado de preferência música instrumental, foi notável ainda nas composições para coro e vozes solistas. Completamente esquecido durante quase dois séculos após a sua morte, tornou-se, no segundo pós-guerra, um dos compositores de música erudita mais apreciados em todo o mundo. Dentre seus 454 concertos, são particularmente populares os 12 concertos do Estro armonico (1712), a coleção O conflito da harmonia e da invenção (1720), da qual fazem parte As quatro estações, e a coleção dos 12 concertos grossos A extravagância (1712-1713). Wagner (1813-1883), compositor alemão, cujas concepções revolucionárias abriram caminho às formas musicais avan
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 21/fev/05 14:54
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Citar Votar Wagner (1813-1883), compositor alemão, cujas concepções revolucionárias abriram caminho às formas musicais avançadas do século XX. Foi um expoente do Romantismo e desenvolveu ao máximo o cromatismo, com que permitiu que Mahler posteriormente levasse a tonalidade até o limite da atonalidade. Rompeu com a ópera convencional e concebeu o gênero como arte total, que devia reunir no mesmo plano a música, o teatro dramático, a dança e as artes plásticas. Com sua ênfase nos temas da mitologia germânica, tornou-se precursor do nacionalismo alemão agressivo. Na sua obra, salienta-se o conjunto de quatro óperas que compõem o ciclo do Anel do Nibelungo: O ouro do Reno (1854), A valquíria (1856), Siegfried (1856-1859) e Crepúsculo dos deuses (1874). Outras óperas célebres: Tannhäuser (1844), Tristão e Isolda (1859), Parsifal (1882). Com o auxílio de Luís II, da Baviera, fundou o Teatro de Ópera de Bayreuth (1876), dedicado exclusivamente à representação das suas obras. Weber (1786-1826), compositor, pianista e regente alemão, expoente do Romantismo. Abriu o caminho para Wagner, criando a ópera nacional alemã, com as obras O franco atirador (1821), considerada o seu principal trabalho, Euryanthe (1823) e Oberon (1826). Dirigiu ainda a ópera de Dresden e escreveu várias peças para piano, sonatas e missas. Webern (1883-1945), compositor austríaco, discípulo de Schönberg, adotou a atonalidade e criou um estilo muito pessoal do dodecafonismo. Seus trabalhos incluem Cinco peças para orquestra (1911-1913), 2 sinfonias, 3 quartetos para cordas e numerosas canções (lieder). Weill (1900-1950), compositor alemão, desenvolveu a singspiel, peça em que se intercalam canções e cenas faladas. Rompendo com a tradição romântica da ópera, compôs peças satíricas e altamente críticas, especialmente em colaboração com Bertolt Brecht. Juntos fizeram Ascenção e queda da cidade de Mahagonny (em 1927, como singspiel e em 1930, como ópera) e a Ópera dos três vinténs (1928). Perseguido pelos nazistas, deixou a Alemanha em 1933 e fixou-se nos Estados Unidos em 1935. Suas músicas alcançaram grande sucesso em peças da Broadway. Morität (da Ópera dos três vinténs) e September song (de Knickerbocker's holiday, que musicou para Maxwell Anderson) tornaram-se grandes êxitos populares. Wolf (1860-1903), compositor austríaco, considerado o maior expoente do lied no final do século XIX. Musicou textos de Goethe, Ibsen, Shakespeare, Byron, Michelangelo e muitos outros. Várias de suas composições estão agrupadas em volumes como Livro de canções espanholas (1889-1890) e Livro de canções italianas (1890-1891 e 1896). Foi também autor da ópera O corregedor (1896), de um quarteto para cordas e da Sinfonia italiana (1894). Sujeito a repetidas crises nervosas, morreu num hospício em Viena. Xenakis (1922-2001), compositor romeno-grego de vanguarda, desenvolveu a música "probabilística" usando sequências programadas de computador, baseadas na probabilidade matemática, como em Metastasis (1955) e Achorripsis (1958).
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 21/fev/05 14:59
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Citar Votar Galera, bolei este tópico, criado a partir de vários sites prá que ninguém se "pegue prá trás" quanto o assunto foi compositores que fizeram a história da música erudita. Gostaria que quem tiver algum outro que aqui não está incluso, o faça. Colocando uma breve descrição de sua importância no mundo da música erudita. Como eu fiz nos acima. Não precisa cadastrar qualquer compositor, mas sim os que fizeram algo realmente reconhecido pela sociedade e crítica no mundo da música erudita. O obejetivo é criar um grande documentário sobre o assunto. Abraços a todos.
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 21/fev/05 15:00
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Citar Votar Digo "Objetivo" e não "obejetivo". Sorry!
Juliano de OliveiraVeterano
# Enviado: 21/fev/05 15:07
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Citar Votar Matheus_Strad Muito bom cara.Parabéns.Tópicos como esse deveriam ficar fixos para não serem esquecidos e deixados de lado. Pena q os moderadores nem se preocupam com o fórum erudito.
Dado ViciadoVeterano
# Enviado: 21/fev/05 15:14
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Citar Votar Matheus_Strad Cara Curti Velho!! Boa gosto desses tipos de Tópicos que informam o povo daki!! Abraço.
Dogs2Veterano
# Enviado: 21/fev/05 16:01
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Citar Votar Mozart (1756-1791)... Sua extensa obra foi catalogada e numerada por Ludwig Koechel, em 1862. Isso que eu chamo de falta do que fazer


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Alexandre SouzaVeterano
# Enviado: 21/fev/05 16:08
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Citar Votar Pena q os moderadores nem se preocupam com o fórum erudito. óia o cara óia
Ps1c0Veterano
# Enviado: 21/fev/05 16:10
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Citar Votar po mto foda isso :D vlw cara...
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 21/fev/05 16:27
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Citar Votar Dogs2: Mozart (1756-1791)... Sua extensa obra foi catalogada e numerada por Ludwig Koechel, em 1862. É por isso que as obras de Mozart recebem nomenclaturas como K525(Eine Kleine Nachtmusik). "K" de Koechel e 525 por ser a obra número 525 catalogada. Abraços.
Emerson GuitaVeterano
# Enviado: 23/fev/05 19:16
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Citar Votar Matheus_Strad Eu acho que só vc cria tópicos realmente úteis, e não só no ME, porque os outros fóruns deixam muito a desejar. Abraço.
Balbino JuniorVeterano
# Enviado: 23/fev/05 22:53
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Citar Votar Eu tmb!
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 24/fev/05 08:10
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Citar Votar Balbino: Tu apareceu, véio?! Fazia tempo que não te via por essas bandas! Me explica uma coisa, tem outro cara com nick igual ao seu neste fórum? Abraço!
maggieModeradora
# Enviado: 24/fev/05 09:54
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Citar Votar Juliano de Oliveira Pena q os moderadores nem se preocupam com o fórum erudito. Magoei Matheus_Strad Criaram um clone Já resolvido
arthur_tranceVeterano
# Enviado: 13/mar/05 21:51
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Citar Votar Matheus_Strad Parabéns cara. Tópicos assim ajudam muitos músicos, tanto os iniciantes quanto macacos velhos também. Passa os sites p gente dpois. Talvez vc tenha posto eu não vi cara, mas vc pode por também: [/i]Albinoni: Compositor Barroco italiano. Autor principalmente de árias e Música para teclado. [i]Shostakovich: Compositor Russo do Século XX, compôs principalmente para piano e obras para cordas, incluindo sonatas e quartetos. [i][/i]Legrenzi : Compositor Italiano, presente principalmente na música de câmara.
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 14/mar/05 14:48
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Citar Votar Arthur_trance: Shostakovich é um grande mestre de concertos, simplesmente fabuloso, falha minha ter esquecido. Os outros dois eu praticamente desconhecia! Obrigado! Abraço.
educelloVeterano
1http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/13/78890/ - 1569510
# Enviado: 15/mar/05 08:05
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Citar Votar Matheus_Strad Grande Matheus Está provado que vc é um grande músico e admirador da arte musical. Parabéns. Vc tem email para que eu pudesse te passar algumas fotos de violinos antigos que tenho? Eduardo
John ElfVeterano
# Enviado: 7/abr/05 01:05
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Citar Votar Vlw pelo Tópico kra, mto bom msm, uma valiosa fonte d informações.
VargasVeterano
# Enviado: 22/abr/05 23:39
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Citar Votar Que tal icluir: Pierre Boulez, Berio, Messiaen, John Adams?
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 25/abr/05 11:01
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Citar Votar Sr. Vargas: Como solicitado, segue abaixo: PIERRE BOULEZ (25/03/1925, Montbrison, França): Estuda composição em Paris, com Olivier Messiaen e René Leibowitz, entre 1946 e 1956. Lidera o movimento da música de vanguarda francesa. Funda, em 1975, o Instituto de Pesquisas Científicas e Musicais (IRCAM), responsável pelo desenvolvimento de tecnologias musicais, que aglutina hoje os principais pesquisadores em música eletrônica. Como compositor e maestro; cria uma nova escola no panorama musical moderno, introduzindo elementos aleatórios e pretendo explorar todas as possibilidades rítmicas do dodecafonismo; Diretor do Instituto de Pesquisa Musical Beaubourg (1976). Entre suas peças destaca-se o Marteaux sans maitre (O martelo sem mestre). LUCIANO BERIO (1925-2003): Nascido em 1925, em Oreglia (noroeste da Itália), Berio começou a estudar música com o pai, o organista Ernesto Berio, e mais tarde ingressou no Conservatório de Milão. A princípio pensou em se tornar pianista, mas uma lesão na mão direita o levou a se concentrar na disciplina de direção orquestral, que cursou com Carlo Maria Giulini. Em 1945 descobriu o repertório de Schoenberg, Berg e Webern, fato que o marcou profundamente. Inicia sua carreira ao lado de K. Stokhausen, Boulez e Bruno Maderna. Em 1953 funda, em Milão, o Estúdio de Fonologia. Muda-se para os Estados Unidos, em 1967, de onde é extraditado sob acusação de atividade antiamericana. Em Paris, dirige o centro de eletroacústica do Instituto de Pesquisas Científicas e Musicais (IRCAM), de 1974 a 1980. Suas obras mais conhecidas são: a Sinfonia, uma grande colagem de diversos materiais sonoros, em homenagem ao líder negro Martin Luther King, e as Folk songs, canções populares com arranjos vanguardistas da música de concerto. Berio é considerado um dos nomes mais importantes da música italiana contemporânea, compositor de obras de vanguarda e música eletrônica. "Tentar definir a música - que em todo caso não é um produto mas um processo - é quase como tentar definir a poesia, ou seja: trata-se de uma operação felizmente impossível, considerando a futilidade de querer estabelecer uma fronteira entre o que é música e o que não é, entre poesia e não-poesia. Talvez a música seja justamente isto: a procura de uma fronteira constantemente deslocada. " (Luciano Berio) OLIVIER MESSIAEN (1908/1992): Trabalhou sob influência de Debussy, Stravinsky, Schoenberg e Webern, da música antiga, medieval, indiana e de outros povos e do pensamento católico. Fez pesquisas com o canto dos pássaros. Com tudo isto desenvolveu uma linguagem pessoal e a sua música tem as seguintes características: monofonia, heterofonia e micropolifonia; adorno de melodias infinitas; estruturas rítmicas complexas; andamentos lentíssimos; instrumentação e orquestração inovadoras; percussão e recursos eletrônicos. Algumas composições: "Quarteto para o Final dos Tempos" (1941), conjunto de câmara; "Turangalîla-Symphonie" (1948), orquestra sinfônica; "Catalogue d'Oiseaux" (1958), piano; "Couleurs de la Cité Céleste" (1963), orquestra de câmara; "Des canyons aux étoiles..." (1975), orquestra sinfônica; "Saint François d”Assise" (1983), ópera. JOHN ADAMS, nascido em Worcester, Massachusetts, 1947. É um dos compositores mais conhecidos e executados dos EUA. Durante sua juventude, em Vermont e em New Hampshire, foi influenciado fortemente pelas instituições intelectuais e cultural da Nova Inglaterra. Ele estudou composição em Harvard (B.A. 1969, M.A. 1971) e foi clarinetista da Sinfônica de Boston. Depois que se graduou de Harvard, Adams moveu-se para Califórnia, onde ensinou no Conservatório de Música de São Francisco por dez anos (1972-1983). Em 1978, começou a trabalhar com a Sinfonia de São Francisco, onde trabalhou até 1985). Em 1993, ele foi diretor de música do Festival de Ojai. Também conduziu a Orquestra de Cleveland, A Sinfônica de São Francisco, a Filarmônica de Los Angeles, a Orquestra de São Luka, entre outros. Sua obra criativa se constitui de uma variedade de meios: trabalhos para orquestra, a ópera, o vídeo, a película, e a dança, bem como a música eletrônica e instrumental. Adams escreveu em vários gêneros musicais, trazendo para suas composições um afinado senso teatral e vernacular. Sua distintiva música é uma mistura de pós-minimalismo com uma intensiva expansão emocional e uma série de elementos tonais expressivos remanescentes do romantismo tardio e do início do modernismo. Alguns do trabalhos mais importantes de Adams: “Harmonium”, “Harmonielehre”, “Grand Pianola Music” e “El Niño”. Em 1985 Adams começou a escrever duas óperas, “Nixon in China”, concluída em 1987, e “The Death of Klinghoffer”, concluída em 1991. Ainda configuram como seus principais trabalhos: “I Was Looking at the Ceiling”, “Then I Saw the Sky” (1995), “Shaker Loops” (1978, rev. 1983), “Fearful Symmetries” (1988), “El Dorado” (1993), “Lollapalooza” (1995), “Gnarly Buttons” (1996), “Naive and Sentimental Music” (1999), “On the Transmigration of Souls” (2002; Prêmio Pulitzer) – em memória dos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001. Em 2003, John Adams se tornou compositor-residente do Carnegie Hall.
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 26/abr/05 13:21
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Citar Votar Arcangelo Corelli (1653-1713): aprendeu a tocar violino com os grandes mestres de Bolonha, fixando residência em Roma a partir de 1675. Corelli é uma figura essencial na história da música. Sua escola de violino floresceu por mais de um século e o compositor cristalizou o concerto grosso como uma das mais importantes formas instrumentais de música do período Barroco. De toda sua obra merece destaque a Opus seis, com seus doze Concerti Grossi. Giuseppe Torelli (1658-1709): enquanto Alessandro Stradella e Arcangelo Corelli desenvolviam o estilo concertato na escola de Roma, os compositores da escola de Bolonha davam os primeiros passos em direção ao concerto solo. Giuseppe Torelli foi o mais importante compositor dessa escola e seu papel foi preponderante na construção do novo estilo musical. Torelli introduziu a norma de dividir o concerto em três movimentos, como por exemplo: Vivace, Largo e Allegro Sua obra máxima que caracteriza o concerto em sua forma definitiva é a Opus oito que leva o título de Concerti grossi con pastorale per il Santissimo Natale. Apesar do título a Opus oito tem apenas seis Concerti grossi, sendo os demais Solo concerti. Tomaso Albinoni (1671-1751): até hoje sua obra mais conhecida é o famoso Adágio. Albinoni foi um dos mestres da escola de Veneza e nos deixou uma imenso legado composto por 57 óperas, 97 sonatas e 60 concertos. Junto com Torelli e Vivaldi foi um dos mais importantes compositores da fase inicial do Barroco. Seus doze concertos do Opus cinco são o que de melhor existe para ilustrar seu repertório. É uma pena que a preferência das gravadoras, pelas obras de Vivaldi, tenha colocado a música de Albinoni em plano secundário.
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 26/abr/05 13:27
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Citar Votar FAZENDO REFERÊNCIA AO AOS TRÊS COMPOSITORES POSTADOS ANTERIORMENTE: CORELLI, TORELLI E ALBINONI FORAM OS PRECURSORES DO CONCERTO BARROCO. AINDA SOBRE: GIOVANNI LEGRENZI, nascido em 1626 e muito influente em diversas cidades do norte da Itália, como Ferrara, Bergamo, Veneza (onde tornou-se mestre-de-capella), Milão e Bologna e também Viena, legou-nos 6 grandes livros de música instrumental, incluindo as sonatas para violino e baixo contínuo e sonatas em trio e quarteto.
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 27/abr/05 14:13
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Citar Votar SHOSTAKOVICH, DIMITRI (1906-1975) - Um dos principais compositores russos do século XX. Nasceu em 25 de setembro de 1906 em Saint Petersburg; entre 1919 e 1925 estudou no conservatório desta cidade com Aleksandr Glazunov e Maximilian Steinberg. A abertura de sua sinfonia nº 01 em fá menor, opus 10, composta quando ele tinha 19 anos (1926) atraíu pela primeira vez a atenção do público para seu trabalho. Sua música caracteriza-se por um ritmo e por uma riqueza melódica que recorda o folclore cigano do leste de Europa. A maioria de seus trabalhos são compostos em formas musicais tradicionais e seu a língua harmônica é geralmente simples e direta. Suas composições se destacam pelo domínio técnico da orquestra. Shostakovich é considerado o grande mestre dos concertos do século XX. Principais obras: A ópera O Nariz (1928) – atacada pela crítica e por dissidentes comunistas fez com que Shostakovich repensasse seu estilo musical. Sua segunda Lady Macbeth of Mtsensk (1934, revisada como Katerina Ismailova, 1936). A sinfonia nº 05 em ré menor, opus 47. Symphony nº 6 em si menor, 1939) opus 54. Sinfonia nº 07, opus 60 (1942), Em 1948 sua música foi atacada por razões políticas e Shostakovich teve outra vez que prometer que reformaria seu estilo. Em 1956 recebeu a “Ordem de Lênin”, concessão soviética máxima. Recebeu também diversos prêmios de Stalin e em 1966 era o primeiro compositor a receber a condecoração de herói do trabalho socialista. Em 1962, Kiril Kondrachiu estreou a sinfonia n.º 13 em si bemol menor, opus 113 Babi-Yar com textos de Ertuchenko. A sinfonia nº 14, opus 135, inclui textos de Apollinaire, Garcia Lorca e Rilke. Os 15 quartetos para cordas de Shostakovich (1935-1974) são considerados uma grande contribuição à música moderna. Compôs também seis concertos (2 para o piano, 2 para o violino e 2 para o violoncelo), 15 sinfonias, música de balé, canções (com textos de Alexander Blok, Marinha Tsvetaïev e Miguel Ángel) e trilhas sonoras para o cinema. Embora em seus primeiros trabalhos tenha experimentado a atonalidade musical, em geral o trabalho de Shostakovich é considerado como uma importante contribuição à música tonal em um tempo em que seus contemporâneos mais influentes experimentavam o serialismo e/ou o neoclassicismo. Esta tendência tonal é apreciada principalmente em suas sinfonias, que continuam a tradição de Gustav Mahler tanto na forma como na linguagem harmônica. Além da música, ele foi fã do box, futebol e hockey. Shostakovich morreu em Moscow, em 9 de agosto de 1975.
CurTu MeTaL e NaO o DemOnVeterano
# Enviado: 22/mai/05 23:52
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Citar Votar se eu conhecer 10 de tudo isso que voce falou, eh mtooooo! olha q toco violino ha 4 anos! mas naum me interesso por musica erudita! apesar de eu admirar!
kawaii_girlVeterano
# Enviado: 29/jun/05 12:20
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Citar Votar Rimski-Korsakov eu AMO !! adorei esse tópico
IngnoZacVeterano
# Enviado: 18/jul/05 02:45
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Citar Votar gostei do topico! achei curioso Wolf ter mais texto do que Bach... onde faltou por exemplo os experimentos de afinacao que ele tanto fez e finalmente o temperamento de todos os instrumentos... O cravo bem temperado, a arte da fuga, as suites para cello e sonatas de violino... aaaaaaaah! hehehe
Matheus_StradVeterano
JOHANN SEBASTIAN BACH ( 1770-1827 ) Se existe um sobrenome ligado à música, ele se chama Bach. Desde Veit Bach, que no século XVI tocava cítara enquanto moía seus grãos, até 1685, quando nasceu Johann Sebastian, são contados 27 músicos Bach - de 33 homens nascidos com o nome. É, portanto, uma tradição respeitabílissima. O maior de todos os Bach, Johann Sebastian, nasceu em 21 de março de 1685, em Eisenach, pequena cidade da Turíngia, leste da Alemanha. Era filho de um músico, claro, Johann Ambrosius Bach, Haussmänner (músico municipal). E foi o próprio pai quem o iniciou na música, ensinando-lhe violino, ao lado do tio Johann Christoph, que passou os primeiros rudimentos de órgão. Muito novo, Johann Sebastian passou a cantar em coros e assim ia entrando no mundo musical. Mas sua infância ficou marcada mesmo pela orfandade: sua mãe morreu quando tinha nove anos e seu pai, quando tinha dez. Desde então, foi criado pelo irmão mais velho, Christoph, que trabalhava como organista em Ohrdruf, cidade próxima, onde passariam a morar. Aos quinze anos, Johann Sebastian conseguiu entrar na escola de São Miguel de Lünenburg, onde cantaria no coro e teria ensino formal de música. Fez progressos admiráveis, e, aos dezoito anos, foi contratado, sem concurso, como organista da Nova Igreja de Arnstadt, recém-construída. Ele perdeu o emprego alguns anos depois, ao se ausentar por quatro meses, para ir a Lübeck conhecer o célebre Buxtehude, que admirava. Mas não permaneceu muito tempo desempregado: foi logo admitido como organista em Mühlhausen. E, em 1707, se casou com Maria Barbara, uma prima distante. No mesmo ano, transferiu-se para a corte de Weimar, para trabalhar como organista, violinista e compositor. Ficou por lá até 1717, período esse cheio de conflitos com o duque - ambos, Bach e o nobre, tinham personalidades difíceis. Depois de Weimar, foi para Köthen, onde trabalhou para um príncipe mais amigável, Leopold d'Anhalt-Köthen. Foram cinco anos frutíferos. Como Leopold era calvinista, Bach não podia escrever música religiosa para o culto, ficando restrito à música instrumental - datam dessa época os Concertos de Brandenburgo, o Cravo Bem-Temperado, a maior parte de sua música de câmara, as suítes orquestrais... Durante a temporada em Köthen, Bach ficou viúvo de Maria Barbara, casando-se em seguida com Anna Magdalena Wilcken, uma das cantoras da corte. A morte da esposa aguçou-lhe o sentido religioso e a vontade de retomar a tradição familiar de trabalhar para a igreja; em 1723, obteve o cargo de Kantor (professor e diretor musical) na Igreja de São Tomás, em Leipzig. Foi em Leipzig que Bach compôs a maior parte de suas cantatas, as duas Paixões e a Missa em Si Menor. Mas a rotina na igreja e na escola foi o amargurando. Bach, pouco a pouco, foi se isolando. Chegou mesmo a compor muito pouco - dedicava-se mais a remanejar as obras antigas, fazendo transcrições para o órgão ou as readaptando - o que era especialmente estranho para um músico que conseguira compor uma cantata por semana. Em 1750, fica cego. Desesperado, tenta duas cirurgias com um charlatão inglês, John Taylor, mas elas só pioram sua situação: ao dia 28 de julho, morreu Johann Sebastian Bach. Ficou nas sombras até 1829, quando Mendelssohn regeu a Paixão Segundo São Mateus em Berlim. FONTE: http://www.bravissimo.hpg.ig.com.br/biografias/JSBach.htm BACH: MESTRE DA MÚSICA Bastariam os concertos de Brandenburgo para colocar J.S.Bach no seleto rol dos grandes músicos da humanidade, contudo, sua arte é de uma profusão tamanha que, além destes maravilhosos concertos, ele legou a humanidade outras tantas obras-primas, que nos perderíamos em divagações sobre sua arte musical. Johann Sebastian Bach, é considerado um dos maiores mestres da música, e o maior expoente da música barroca. Ele se insere como uma síntese musical de cinco gerações de músicos da família Bach, começando por Veit Bach (1550) até Wilhelm Friederic Bach (1845). Johann Sebastian Bach, nasceu em Eisenach, cidade pequena da região da Turíngia , Alemanha. Em 21.03.1685. Bach, nasceu em uma família de músicos. Seguindo a árvore genealógica da família Bach, dos 33 Bach, de Veit até Johann Sebastian Bach, 27 foram músicos. J.S.Bach era filho de Johann Ambrosius Bach e Elisabeth Bach, seu pai era Haussmann, músico da prefeitura . Bach, neste contexto, nasceu em um ambiente musical, exposto o que havia de melhor da música ocidental. Contando com 8 anos entra para a Escola de Latim de Eisenach, aprendendo tão bem o latim, que ultrapassa seus irmãos no domínio da língua. aos 9 anos perde sua mãe, mais tarde seu pai casa-se novamente, contudo com a saúde debilitada vem a falecer em 1695. Neste período Bach vai morar em Ordruf com seu irmão mais velho Johann Christoph, que lhe dá os primeiros ensinamentos no órgão. Em Ordruf seus estudos seguem no latim e no canto coral, Contudo por falta de recursos financeiros deixa a escola nesta cidade e vai para Luneburg, com o objetivo de cantar no coro de meninos da igreja de São Miguel, onde as crianças que tivessem uma boa voz ganhavam uma bolsa além de instrução casa e comida. Ele consegue ser bolsista. Em 1702 conclui os estudos acadêmicos, como não tinha recursos para ingressar na universidade, voltou para a Turíngia, onde conseguiu um emprego de violinista. O conselho municipal de Arnstadt em 13 de julho de 1703, convida Bach para inspecionar o novo órgão da igreja de São Bonifácio, era muito comum os organistas serem convocados para dar um parecer sobre um novo instrumento. Ele aparece e toca divinamente que o conselho o convida para tomar posse como organista titular. Ele, em agosto de 1703 foi nomeado organista da igreja de São Bonifácio, em Arnstadt, onde tocava três vezes por semana, domingo - segunda e quinta. Ficou por lá quatro anos. Bach, em sua juventude foi um grande estudioso das obras de Corelli (1653-1713) virtuose do violoncelo, Frescobaldi (1583-1643) e o grande Couperin (1668-1733) Cravista francês. Em 1707 foi convidado para ser organista da Igreja de São Basílio em Mühlhausen. Ele aceita. Foi nesta cidade que suas obras ganharam maior desenvolvimento, foi onde ele compôs a famosa Tocata em fuga em ré menor. Contudo as relações com os pastores desta igreja era difícil e fizeram que ele procurasse um outro lugar para expressar a sua extraordinária música. Em 17 outubro de 1707 aos 22 anos de idade, casa-se com uma prima, Maria Bárbara Bach, na igreja de Dornreim em Arnstadt. neste casamento ele teve 7 filhos, dos quais sobreviveram Catharina Dorotheia, Wilhelm Friedmann, Carl Philipe Emanuel e Johann Gottfried Bernhard. Mas o destino tira-lhe a sua querida esposa em maio de 1720. Depois de algum tempo, ele conhece a soprano Ana Magdalena Wilcken e casa-se pela segunda vez em Cöthen, em 1721 e teve 13 filhos dos quais faleceram 7 ainda bebês. Dedicada a Ana Magdalena, Bach escreveu belas peças para teclado que conhecemos hoje como "O livro de Ana Magdalena Bach. J.S. Bach em seus casamentos teve 20 filhos. Em 1708, vai para a corte de Weimar sendo Maestro de concertos de orquestra. foi um período tranqüilo e de grandes obras, neste tempo ficou conhecido como o Mestre da Música, com a obrigação de compor uma cantata por mês para a capela ducal . Ele era consagrado como grande organista e sua fama espalhava-se pela Alemanha. Em 1717 aceita ser regente de orquestra em Cöthen na corte do Príncipe Leopold, foi aí que ele fez os consagrados Concertos de Brandenburgo, seis concertos orquestrais dedicados a Christian Ludwig, Em 1722 fez uma viagem a Hamburgo, onde tocou por mais de duas horas para a admiração do Conselho Municipal e diversas pessoas distintas da cidade, no órgão da igreja de Santa Catarina. O velho organista, já idoso, Johann Adan Reincken o ouviu com especial atenção, quando Bach terminou sua apresentação beija- lhe as mãos e diz: "Saúdo as mãos do gênio; pensei que esta arte morreria comigo, mas vejo, que ela segue viva dentro de você". Bach, com estas e outras assertivas seguia o seu curso como um dos maiores compositores e instrumentistas do seu tempo. Em Cöthen, ele conclui os primeiros vinte e quatro prelúdios e fugas que constituem o primeiro volume do "Das Wohltemperieerte Clavier" O cravo bem temperado, que começa com o prelúdio nº 1, que mais tarde Charles François Gounod em cima deste prelúdio constrói a sua famosa Ave Maria. Bach, Por cerca de seis anos serviu na corte de Cöthen . Com uma carta de apresentação do Príncipe Leopold, concorre ao cargo, em Leipzig, de "Kantor" da escola de São Tomás e diretor de música e mestre de coro. O exigente conselho da igreja de São Tomás tende ao seu favor e em 31 de maio de 1723 toma posse. Suas obrigações eram : programação musical, regência de coro, apresentar uma cantata todos os domingos, lecionar latim para os jovens. Com o passar do tempo assume várias funções em Leipzig, é constantemente convidado para avaliar o estado dos órgãos de diversas igrejas trabalha exaustivamente. Este tempo em Leipzig é de grande produção. Neste período ele compõe em 1734 o seu famoso Oratório de Natal, obra de singular beleza, indispensável para quem gosta de canto coral. O serviço em Leipzig é quase que totalmente dedicado à igreja. Os últimos 10 anos foram comprometidos por um princípio de cegueira dificultando seus trabalhos. Bach trabalha na sua última e grande composição "A Arte da Fuga " que fica inacabada. Após sucessivas e desastradas operações, ele fica praticamente cego, encerrando as suas atividades e um ano mais tarde vindo a falecer em em 28 de Julho de 1750. Bach, em toda sua vida foi um homem simples de personalidade muito forte e que devido ao seu temperamento, muitas vezes entrava em conflito com os eclesiásticos. Educado na tradição luterana, ele foi um grande estudioso da teologia, lia e ensinava latim e verteu a maioria de suas grandes composições para a igreja. Luterano fervoroso, tinha como objetivo maior; transformar as linhas evangélicas em linhas melódicas,escreveu certa vez em sua bíbli
Matheus_StradVeterano
# Enviado: 18/jul/05 08:19
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Citar Votar bíblia " ouvir música devota é ter Deus presente com toda a sua benevolência " . Para muitos, ele é o Quinto Evangelista ! Johann Sebastian Bach , foi um gênio que o seu tempo não entendeu, após sua morte, o estilo contrapontista estava em desuso, suas músicas caíram no esquecimento, somente seus filhos a tocavam em momentos menos solene. Dos filhos de Johann Sebastian Bach, apenas 4 tiveram destaque no cenário musical: Wilhelm Friedmann Bach - 1710-1794 : Personalidade instável , dominado pelo alcoolismo. Morreu na pobreza. Karl Philip Emmanuel Bach - 1714-1788 : era conhecido como o Bach de Berlim. Johann Chistoph Friederich Bach - 1732-1795 : autor de oratórios e precursor da sinfonia. Johann Christian Bach - 1735 - 1782 : Dedicou-se à ópera - ficou conhecido como o Bach inglês, em Londres certa vez encontrou com uma criança muito hábil ao piano, que muito lhe surpreendeu, esta criança era Mozart. Após um longo período de esquecimento, sob a regência de Felix Mendelssohn (03.02.1809 - 04.11.1847) compositor e maestro alemão, ressurge a música de Bach com a apresentação em Leipzig, da Paixão Segundo São Matheus . A Paixão Segundo Mateus é considerada a maior obra-prima de Bach e por muitos músicos, a maior de toda a música ocidental. contudo ela passou mais de meio século esquecida, até ser redescoberta por Mendelssohn . Obra de profunda espiritualidade, a Paixão Segundo São Mateus, é composta por 78 partes, entre corais, árias e recitativos. Conta-se que deve-se a Mendelssohn a reaparição dos originais dos Concertos de Brandenburgo que segundo contam estavam sendo guardados para serem utilizados em uma casa comercial como papel de embrulho. FRASES DE GRANDES PERSONALIDADE DA HISTÓRIA A RESPEITO DE BACH: Em 30 de abril de 1880, Friederich Nietzsche escreve para o amigo Erwin Rhode, e na carta está escrito : "Esta semana ouvi três vezes a Paixão Segundo São Matheus, do divino Bach, cada uma delas com o mesmo sentimento, quem se há esquecido do cristianismo, pode ouvi-lo como um evangelho". Debussy disse certa vez :"É tanta a beleza do andante do concerto para violino de Bach que, sinceramente, não sei como se pode conceber tanta beleza." Sobre o mesmo andante Debussy escreveu em sua coluna da revista Idée Libre que : "a beleza do Andante do Concerto para Violino em Lá Menor de Bach é tal que, sinceramente, a gente não sabe como se portar para se tornar digno de escutá-lo". Albert Schweitzer, em seu livro : Johann Sebastian Bach, Músico e poeta, define a obra de bach desta forma: "A poesia desprende-se de suas harmonias como suave perfume. Poesia musical. eis o resumo da música de Bach." Charles Maria Widor, Grande músico francês, amigo e mestre de Schweitzer, comenta :"Bach revela-se no conjunto o mais universal dos artistas. O que expressa através de suas obras é uma grande emoção religiosa e esta é uma e mesma para todos os homens, apesar das diferenças nacionais e religiosas em que nascemos e nos educamos . É o sentimento da exaltação, para o qual as palavras constituem sempre instrumento mais inadequado e que apenas encontra justa manifestação na arte. Bach é, para mim, um grande pregador. " Pierre Fournier, um dos maiores violoncelistas franceses disse certa vez sobre Bach: "Admirável síntese do Divino e da Harmonia que reina no coral: Eu te pertenço, Senhor, da Missa em si bemol menor, hino que sobe da humanidade até Deus, cria uma espiritualidade que apazigua toda dor, apaga toda amargura, e torna mais suave a nossa passagem pela Terra, dando-nos a Fé em Deus e a crença em nossa felicidade eterna." Max Roger ressalta : "Bach foi o supremo polifonista, o supremo harmonista. Suas fugas são inimitáveis. Sua arte não é humana - é divina." Goethe ao ouvir o Prelúdio e fuga em lá menor BWV 543, exclama : "Ouvindo a música de Bach é como se a harmonia eterna, de tão infinita beleza, se erguesse até Deus e lhe dissesse: Obrigado, Senhor, pela criação do mundo!" Beethoven comenta : "Bach (regato em alemão) deveria se chamar Ozean (oceano em alemão) e não Bach!" em outro momento ele diz : “Bach é o sublime mestre da harmonia, e sua música chega diretamente ao coração" e também "Um herege talvez se convertesse ouvindo Bach.” Mozart exclama: "Que é isto? Parece que toda alma se concentra nos ouvidos e coração! Quanto nós podemos aprender com Bach!" Pablo Casals o maior interprete de Bach no violoncelo disse : "Em nenhuma obra de Arte se produziu o milagre de Bach, o momento mais elevado da música de todos os tempos." A música de Bach sobreviveu, talvez porque ela seja atemporal, seu estilo é único, ouvindo-a não se esquece seu estilo. Suas grandes composições : Fugas - Tocatas - Cantatas - Suítes etc... revelam a sua grandiosidade musical, e estas pequenas considerações, apenas tentam retratar o grande valor musical de J.S.Bach, e a grande influência que exerceu e que exerce aos músicos iniciantes. E para Bach só podemos dizer, como em sua cantata: “Tönet ihr Pauken, Erschallet, Trompeten !” Cantata BWV 214 CRONOLOGIA 1685 - Johann Sebastian Bach nasce em Eisenach em 21 de março, filho do músico da cidade Johann Ambrosius Bach 1703 - Em Arnstadt, ele assume seu primeiro posto como organista trabalhando até 1707 1707 - Em Mühlhausen, perto da sua cidade natal, Bach assume o posto de organista da igreja de São Basílio 1708 - Em Weimar domina a música clássica alemã, assume o cargo de organista e músico de câmara. 1717- Em Cöthem, Bach assume a chefia da orquestra da corte, em 1720, morre sua esposa Maria Bárbara. 1723 - Bach torna-se "Cantor" da igreja de São Tomás em Leipzig, obrigado a apresentar cantatas todos os domingos. 1724 - Em Leipzig faz-se a estréia da paixão segundo são João e três anos depois a Paixão Segundo São Matheus. 1740 - Nos dez anos que se seguem, Bach ocupa-se principalmente da arte da fuga. 1750 - Johann Sebastian Bach Falece em Leipzig em 28 de julho de 1750. A música perde um gênio, a história ganha um baluarte. FONTE: http://www.sebastianbach.hpg.ig.com.br/ OBRAS: A obra de Johann Sebastian Bach é a maior unanimidade da história da música. Ninguém ousa profaná-la, ninguém se arrisca a desqualificá-la. Não há defeitos em Bach, de sua menor peça para cravo à Missa em Si Menor. Bach não foi um renovador como Beethoven, Wagner ou Debussy, mas um grande consolidador de formas. Ele trabalhou em todos os gêneros (tirando a ópera), os aperfeiçoando ao máximo, e colocando sua marca pessoal, inigualável. Não há dúvida também que Bach foi dos grandes compositores aquele que mais tinha domínio técnico - foi o melhor de todos os polifonistas e o maior mestre da fuga e do contraponto de todos os tempos. Mas toda sua maestria de artesão da música, título que não o desagradaria, não excluiu a sensibilidade de sua arte, uma das mais expressivas e profundas do século XVIII. Música sacra Bach tinha inabalável fé luterana e provou isso com inúmeras obras sacras. O destaque são suas mais de 200 cantatas, que compôs ao longo da vida. As mais conhecidas são as de BWV 4, 78, 82, 140, 147 e 202, mas todas despertam interesse. Entre as obras maiores, destacam-se o Oratório de Natal e as grandes paixões de São João e, principalmente, de São Mateus. A última é considerada por alguns o maior monumento da música ocidental. É profundamente espiritual e meditativa, capaz de gerar grandes reflexões em quem escuta. Dado que era protestante, Bach escreveu poucas obras em latim, entre elas o Magnificat e a suprema Missa em Si Menor. Esta é a prova de como ele conseguia fazer o novo a partir do já existente: grande parte da obra é baseada em temas de suas próprias cantatas - sacras ou profanas - e do cantochão tradicional da Igreja Católica. Música orquestral Bach nunca teve à sua disposição uma grande orquestra. Mas, de acordo com suas possibilidades, escreveu verdadeiras obras-primas orquestrais. As mais conhecidas são as quatro suítes, com destaque para a segunda e a terceira (a da célebre Ária). A incursão de Bach no concerto grosso está bem ilustrada nos seis Concertos de Brandenburgo, que impressionam por seu grande vigor e virtuosismo. Para instrumento solista e orquestra, os quatro concertos para violino (dois deles duplos), de expressividade quase romântica, e os para conjunto de cravos, em boa parte adaptações de seus concertos para violino e dos de autores como Vivaldi e Marcello. Música instrumental O instrumento natural de Bach era o órgão, e foi como grande organista que obteve a admiração de seus contemporâneos. Seria natural que dedicasse a este instrumento algumas de suas obras-primas. Destacam-se em suas obras organísticas as quatro coleções de prelúdios-corais baseados em corais luteranos, a célebre Tocata e Fuga e Ré Menor, a Tocata, Adagio e Fuga em Dó Maior e a monumental Passacaglia e Fuga em Dó Menor. Para o teclado (clavicórdio ou cravo, tanto faz, já que Bach chamava ambos de Klavier, teclado), Bach dedicou sua obra mais "teoricamente engajada", o Cravo Bem-Temperado, um conjunto de 48 prelúdios e fuga, dois em cada tonalidade, que serviu para consolidar definitivamente o sistema tonal que subsiste até hoje, além do Concerto Italiano e das Variações Goldberg, uma de suas obras-primas mais apreciadas. No campo da música de câmara, não podemos nos esquecer das Partitas para violino solo e das Trissonatas, para flauta e cravo. FONTE: http://www.bravissimo.hpg.ig.com.br/biografias/JSBach.htm


História da Música

Quando ouvimos uma música executada por uma orquestra, o termo “música clássica” é empregado em dois sentidos diferentes. As pessoas, às vezes, usam a expressão ‘música clássica’ considerando toda a música dividida em duas grandes partes: ‘clássica’ e ‘popular’.
Para o estudioso ou musicólogo, entretanto, ‘Música Clássica’ tem sentido especial e preciso: é a música composta entre 1750 e 1810, que inclui a música de Haydn, Mozart, Beethoven e outros. As composições de outros autores, não podem ser consideradas clássicas. Ouvir Bach ou Vivaldi significa dizer que estamos ouvindo música barroca, se referirmos a Chopin, estaremos ouvindo música do período romântico. Se quisermos generalizar, pudemos dizer que gostamos de música Erudita. Estudemos um pouco mais para compreender melhor.
Não falaremos da música dita popular, com as suas várias definições, pois essas podem levar o sujeito a estados de muita alegria ou mesmo de grande depressão. Aquelas que falam do amor entre homem e mulher podem ilustrar o que estamos querendo dizer. Podem causar entusiasmo de alegrias ou levar o sujeito a cometer erros em nome desse amor; pode elevar o sentimento como, pode também rebaixá-lo a ponto de deixá-lo na sarjeta.
A música Erudita em todos os seus períodos tende a levar o sujeito ao equilíbrio, pois, uma onda sonora causa mudanças na pressão do ar na medida em que se move através dele. Desta forma, quando os temas musicais fluentes, diminuem a velocidade da pulsação do coração e da respiração, você mergulha em um mundo de harmonia que lhe transmite paz, tranqüilidade e relaxamento.
Composições cheias de tranqüilidade evocam as imagens que vão até as fronteiras de sua percepção, comovendo você profundamente. Por isso, quando você ouve um “canto Gregoriano” ou uma música mais tranqüila (harmônica), você tende a se acalmar e a entrar num estado de relaxamento e reflexão. Lembre-se ainda que as ondas sonoras dessas músicas tendem a baixar a pressão no ar deixando-o mais rarefeito. Por isso, muitas pessoas ao ouvirem música dessa natureza sentem sonolência ou entram num estado de reflexão devido ao relaxamento dos músculos provocado pelo ar rarefeito.
Há alguns anos atrás, vimos no programa Fantástico da TV Globo uma pesquisa feita por cientistas nos Estados Unidos, onde eles colocaram dentro de quartos separados, plantas com flores que tinham sido germinadas, crescidas e dado flores ao mesmo tempo. Em um ambiente, as plantas ouviam músicas barrocas e no outro, as plantas ouviam música do tipo rock metal. Após vinte e quanto horas e com o acompanhamento de quadros feitos pela câmera, pudemos observar, na medida em que o tempo passava, as que ouviam rock foram murchando e as outras ficaram mais viscosas como se estivessem mais alegres.
No plano espiritual superior, você jamais ouvirá samba, rap, hip hop, pagode, axé music, seresta, sertanejo, popular ou qualquer coisa do gênero. No plano espiritual inferior, essas músicas ainda são muito conhecidas e ainda em voga, devido estar ali, homens e mulheres da Terra sem a roupagem física, mas com os mesmos pensamentos e gostos.
Não interprete como nenhuma crítica ou condenação essas nossas divagações. Cada um de nós está no ponto exato em que reclame a sua evolução e aprendizado. O mundo que você vê na sua frente não é tudo; do seu lado e atrás existem coisas que você não vê, presume que exista e que precisa conhecer. Você é único e não existe outro igual a você. A realidade é a que vemos diante dos olhos e não a que imaginamos.
Divaguemos um pouco mais sobre a música erudita para melhor compreensão:
Entre os vestígios remanescentes das grandes civilizações da antiguidade, foram encontrados testemunhos escritos em registros pictóricos e escultóricos de instrumentos musicais e de danças acompanhadas por música. A cultura sumeriana, que floresceu na bacia mesopotâmica vários milênios antes da era cristã, incluía hinos e cantos salmodiados em seus ritos litúrgicos, cuja influência é perceptível nas sociedades babilônica, caldéia e judaica que se assentaram posteriormente nas áreas geográficas circundantes. O antigo Egito, cuja origem agrícola se evidenciava em solenes cerimônias religiosas que incorporavam o uso de harpas e diversas classes de flautas, alcançou também alto grau de expressividade musical.
Na Ásia -- onde a influência de filosofias e correntes religiosas como o budismo, o xintoísmo, o islamismo etc. foi determinante em todos os aspectos da cultura -- os principais focos de propagação musical foram as civilizações chinesa, do terceiro milênio antes da era cristã, e indiana.
O Ocidente europeu possuía uma tradição pré-histórica própria. É bem conhecido o papel preponderante assumido pelos druidas, sacerdotes, bardos e poetas, na organização das sociedades celtas pré-romanas.
A tradição musical da Anatólia, porém, penetrou na Europa através da cultura grega, cuja elaborada teoria musical constituiu o ponto de partida da identidade da música ocidental, bastante diversa da do Extremo Oriente.
A música americana pré-colombiana possui acentuado parentesco com a chinesa e a japonesa em suas formas e escalas, o que se explica pelas migrações de tribos asiáticas e esquimós através do estreito de Bering, em tempos remotos. Finalmente, a cultura musical africana não-árabe peculiariza-se por complexos padrões rítmicos, embora não apresente desenvolvimento equivalente na melodia e na harmonia.
Ao redor 500 D.C. a civilização ocidental começou a emergir do período conhecido como " A Idade Escura, " . Durante os próximos 10 séculos, a Igreja católica recentemente emergida dominaria a Europa, enquanto administrando justiça, instigando " as Cruzadas Santas " contra o Leste, estabelecendo Universidades, e geralmente ditando o destino da música, arte e literatura. Dessa forma classificou a música conhecida como canto gregoriano que era a música aprovada pela Igreja. Muito posterior, a Universidade de Notre em Paris viu a criação de um tipo novo de música chamada organum. Foi cantada a música secular por toda parte na Europa pelos trovadores e trouvères de França. E foi durante a Idade Media que a cultura ocidental viu a chegada do primeiro grande nome em música, o de Guillaume Machaut.
Diante do exposto, podemos dividir a história da música em períodos distintos, cada qual identificado por um estilo. É claro que um estilo musical não se faz da noite para o dia. É um processo lento e gradual, sempre com os estilos sobrepondo-se uns aos outros. Mas, para efeito de classificação, costuma-se dividir a História da Música do Ocidente em seis grandes períodos:

Música Medieval até cerca de 1450
Música Renascentista 1451 - 1600
Música Barroca 1601 - 1750
Música Clássica 1751 - 1810
Música Romântica 1811 - 1900
Música Moderna - 1901 em diante
Música Medieval
Durante muito tempo, a música foi cultivada por transmissão oral, até que se inventou um sistema de escrita. Por volta do século IX apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O monge italiano Guido d’Arezzo ( 995 -1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é usado até hoje no canto gregoriano.
A utilização do sistema silábico de dar nome às notas deve-se também ao monge Guido d’Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista:
Ut queant laxit (Com o passar do tempo o Ut foi substituído pelo Do . Ressonare fibris Mira gestorum Famuli tuorum Solvi polluti Labii reatum Sancte Ioannes
O tipo de música mais antigo que conhecemos consiste em uma única linha melódica cantada, sem qualquer acompanhamento. Este estilo é o chamado Cantochão ou Canto Gregoriano. Com o passar do tempo acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as primeiras composições em estilo coral.
Além do Cantochão, cantado nas igrejas, produziam-se na Idade Média muitas danças e canções. Durante os séculos XII e XIII houve intensa produção de obras em forma de canção, composta pelos Trovadores, poetas e músicos do sul da França.
As danças eram muito populares em festas e feiras e podiam ser tocadas por dois instrumentos, como um grupo mais numeroso. Os instrumentos que acompanhavam estas danças incluíam: a viela (antepassado da família do violino), o alaúde, flautas doces de vários tamanhos, gaitas de foles, o trompete reto medieval, instrumentos de percussão ( triângulos, sinos, tambores, .
Principais Compositores Medievais
Perotin - século xii
Leonen - século xii
Guido d’Arezzo 995/ 1050
Philippe de Vitry 1290 - 1361
Guillaume de Machaut - 1300/ 1377
John Dunstable - 1385/ 1453

Música Renascentista
O período da Renascença se caracterizou, na História da Europa Ocidental, sobretudo pelo enorme interesse ao saber e à cultura, particularmente a muitas idéias dos antigos gregos e romanos.
Foi também uma época de grandes descobertas e explorações, em que Vasco da Gama, Colombo, Cabral e outros exploradores estavam fazendo suas viagens, enquanto notáveis avanços se processavam na Ciência e Astronomia.
Os compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela música profana ( música não religiosa), inclusive em escrever peças para instrumentos, já não usados somente para acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros musicais renascentistas foram compostos para a igreja, num estilo descrito como polifonia coral ou policoral e cantados sem acompanhamento de instrumentos.
A música renascentista é de estilo polifônico, ou seja, possui várias melodias tocadas ou cantadas ao mesmo tempo.
Música vocal
Na Basílica de São Marcos, em Veneza, havia dois grandes órgãos e duas galerias para coro, situadas em ambos os lados do edifício. Isso deu aos compositores a idéia de compor peças para mais de um coro, chamadas policorais. Assim, uma voz vinda da esquerda é respondida pelo coro da direita e vice versa. Algumas das peças mais impressionantes são as de Giovani Gabrielli ( 1555 - 1612), que escreveu corais para dois, três ou até mais grupos.
Os Motetos eram peças escritas para no mínimo quatro vozes, cantados geralmente nas igrejas. Os Madrigais eram canções populares escritas para várias vozes e que se caracterizam-se por não ter refrão. De grande sucesso nas Inglaterra do século XVI, passaram a ser cantados nos lares de todas as famílias apaixonadas por música.
Música instrumental
Até o começo do século XVI, os compositores usavam os instrumentos apenas para acompanhar o canto. Contudo, durante o século XVI, os compositores passaram a ter cada vez mais interesse em escrever música somente para instrumentos.
Em muitos lares, além de flautas, alaúdes e violas, havia também um instrumento de teclado, que podia ser um pequeno órgão, virginal ou clavicórdio. A maioria dos compositores ingleses escreveu peças para o virginal. No Renascimento surgiram os primeiros álbuns de música, só para instrumentos de teclados.
Muitos instrumentos, como as charamelas, as flautas e alguns tipos de cornetos medievais e cromornes continuavam populares. Outros, como o alaúde, passaram por aperfeiçoamentos.
Principais compositores renascentistas
William Byrd - 1542/ 1623
Josquin des Préz - 1440/1521
Palestrina - 1525/ 1594
Giovanni. Gabriel - 1555/ 1612
Cláudio Monteverdi - 1567/ 1643

Música barroca
A palavra Barroco é provavelmente de origem portuguesa, significando pérola ou jóia no formato irregular. De início era usada para designar o estilo de arquitetura e da arte do século XVII, caracterizado pelo excesso de ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser empregado pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera e do oratório até a morte de J. S. Bach.
A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves.
Música vocal
Orfeu, do compositor Montiverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos, que começavam a tomar lugar das violas.
Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França os principais compositores de óperas foram Lully (1632-1687) e Rameau ( 1683-1764) .
Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são os do compositor alemão Haendel (1685-1759), do início do século XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias .
As Cantatas são oratórios em miniaturas e eram apresentados nas missas.
Música instrumental
Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música vocal. A orquestra passou a tomar forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos, fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a ser o centro da orquestra, ao qual os compositores acrescentavam outros instrumentos: flautas, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.
Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a presença do cravo ou órgão como contínuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto.
Principais compositores Barrocos
A Corelli - 1653/ 1713
A Scarlatti - 1660/ 1755
A Vivaldi - 1678/ 1741
D Scarlatti - 1685/ 1757
Henry Purcell - 1659/1695
George Philipp Telemann - 1681/1767
J. S. Bach - 1685/ 1750
J. F. Haendel - 1685/ 1759
Jean-Philippe Rameau - 1683/ 1764
José Antônio Carlos Seixas - 1704/ 1742


Música clássica
A serviço da alta nobreza, o músico não passava de um criado que, depois de fornecer música para fundo de jantares e conversas, ia jantar na cozinha com os demais empregados da casa. Para agradar seus patrões, precisava seguir as tradições musicais. Em sua obra respeitava e refletia as emoções da corte. A imaginação criadora não seria bem vinda se representasse a quebra das estruturas tradicionais. Haydn aceitou esse trato e cumpriu suas obrigações. Mozart não aceitou estes limites e pagou um preço alto pela obstinação em se manter fiel à seus princípios. As cortes o relegaram ao esquecimento e o deixaram morrer como um mendigo. Beethoven foi o primeiro a decidir que não devia obrigações a ninguém e exigiu ser respeitado como artista. Nascia, com Beethoven, o pensamento romântico.
Música instrumental
A Música Clássica mostra-se refinada e elegante e tende a ser mais leve, menos complicada que a barroca. Os compositores procuram realçar a beleza e a graça das melodias. A Orquestra está em desenvolvimento. Os compositores deixaram de usar o cravo e acrescentaram mais instrumentos de sopro.
Durante o Período Clássico, a música instrumental passou a ter maior importância que a vocal. Nesta época criou-se a Sonata. É uma obra com vários movimentos para um ou mais instrumentos.
A Sinfonia é, na realidade, uma sonata para orquestra. Seu número de movimentos passam a ser quatro: rápido - lento - Minueto - muito rápido. Haydn, Mozart e Beethoven foram os maiores compositores de sinfonias do Classicismo.
O Concerto consiste em uma composição para um instrumento solista contra a massa orquestral. Tem três movimentos: rápido - lento - rápido.
Muitas obras foram escritas para o pianoforte, em geral chamado piano para abreviar. Bartolomeu Cristfori, construtor de cravos italiano, por volta de 1700 já havia concluído a fabricação de pelo menos um destes instrumentos. Enquanto as cordas do cravo são tangidas por bicos de penas, o piano tem suas cordas percutidas por martelos, cuja dinâmica pode ser variada de acordo com a pressão dos dedos do executante. Isso daria ao piano grande poder de expressão e abriria uma série de possibilidades novas.
No começo o piano custou para se tornar popular porque os primeiros modelos eram muito precários. Mas, no final do século XVIII o cravo já havia caído em desuso, substituído pelo piano.
Principais compositores Clássicos
P. E. Bach 1714 - 1788
Gluck 1714 - 1787
Hayden 1732 - 1809
W. A. Mozart 1756 - 1791
Van Beethoven 1770 - 1827
Joaquim A. de Mesquita -1746/1805
Padre José Maurício N. Garcia1767/1830
Antonio Soler Ramos - 1729/1783
Muzio Clemente- 1729/1783

Música romântica
Os compositores clássicos tinham por objetivo atingir o equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade. Os românticos vieram desequilibrar tudo. Eles buscavam maior liberdade de forma, a expressão mais intensa e vigorosa das emoções, freqüentemente revelando seus pensamentos mais profundos, inclusive suas dores. Muitos compositores românticos eram ávidos leitores e tinham grande interesse pelas outras artes, relacionando-se estreitamente com escritores e pintores. Não raro uma composição romântica tinha como fonte de inspiração um quadro visto ou um livro lido pelo compositor.
Dentre as muitas idéias que exerceram enorme fascínio sobre os compositores românticos temos: terras exóticas e o passado distante, os sonhos, a noite e o luar, os rios, os lagos e as florestas, as tristezas do amor, lendas e contos de fadas, mistério, a magia e o sobrenatural. As melodias tornam-se apaixonadas, semelhantes à canção. As harmonias tornam-se mais ricas, com maior emprego de dissonâncias.
Durante o Romantismo houve um rico florescimento da canção, principalmente do Lied ( ‘canção’ em alemão) para piano e canto. O primeiro grande compositor de Lieder ( plural de Lied ) foi Schubert .
As óperas mais famosas hoje em dia são as românticas. Os grandes compositores de óperas do Romantismo foram os italianos Verdi e Rossini e na Alemanha, Wagner. No Brasil, destaca-se Antônio Carlos Gomes com suas óperas O Guarani, Fosca, O Escravo, etc.
A orquestra cresceu não só em tamanho, mas como em abrangência. A seção dos metais ganhou maior importância. Na seção das madeiras adicionou-se o flautim, o clarone, o corne inglês e o contrafagote. Os instrumentos de percussão ficaram mais variados.
O Concerto romântico usava grandes orquestras; e os compositores, agora sob o desafio da habilidade técnica dos virtuoses, tornavam a parte do solo cada vez mais difíceis.
Até a metade do século XIX, toda a música fora dominada pelas influências alemãs. Foi quando compositores de outros países, principalmente os russos, passaram a ter a necessidade de criar a sua música. Inspiravam-se nas músicas folclóricas e lendas de seus países. É o chamado Nacionalismo Musical.
No século XIX o piano passou por diversos melhoramentos. Quase todos os compositores românticos escreveram para o piano, mas os mais importantes foram: Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e Brahms. Embora em meio às obras destes compositores se encontrem sonatas, a preferência era para peças curtas e de forma mais livre.
Havia uma grande variedade, entre elas as danças como as valsas, as polonaises e as mazurcas , peças breves como o romance, a canção sem palavras, o prelúdio, o noturno, a balada e o improviso.
Outro tipo de composição foi o Étude (Estudo), cujo objetivo era o aprimoramento técnico do instrumentista. Com efeito, durante esta época houve um grande avanço nesse sentido, favorecendo a figura do Virtuose : músico de concerto, dotado de uma extraordinária técnica. Virtuoses como o violinista Paganini e o pianista Liszt eram admirados por platéias assombradas.
Principais compositores Românticos
Gustav Mahler - 1860/1911
Moritz Moszkowki - 1854/1925
Geuseppe Verdi - 1813/1901
Sergei V. Rachmaninov - 1873/1943
Louis Hector Berlioz - 1803/1869
F.Schubert 1797 - 1828
F. Mendelssohn 1809 - 1847
F. Chopin 1810 - 1849
R. Schumann 1810 - 1856
F.Liszt 1811 - 1886
R. Wagner 1813 - 1883
J. Brahms 1838 - 1897
Tchaikovsky 1840 - 1893


Música moderna
A história da música no século XX constitui uma série de tentativas e experiências que levaram a uma série de novas tendências, técnicas e, em certos casos, também a criação de novos sons, tudo contribuindo para que seja um dos períodos mais empolgantes da história da música.
Enquanto a música nos períodos anteriores podia ser identificada por um único e mesmo estilo, comum a todos os compositores da época, no século XX ela se mostra como uma mistura complexa de muitas tendências. A maioria das tendências compartilham uma coisa em comum: uma reação contra o estilo romântico do século XIX. Tal fato fez com que certos críticos descrevessem a música do século XX com "anti-romântica". Dentre as tendências e técnicas de composição mais importantes da música do século XX encontram-se:
Impressionismo
Nacionalismo do Séc. XX
Expressionismo
Música Concreta
Serialismo
Música Eletrônica
Influências do Jazz
Neoclassicismo
Música Aleatória
Atonalidade


No entanto, se investigarmos melhor estas composições, encontraremos uma série de características ou marcas de estilo que permitem definir uma peça como sendo do século XX. Por exemplo:
Melodias: São curtas e fragmentadas, angulosas, em lugar das longas sonoridades românticas. Em algumas peças, a melodia pode ser inexistente.
Ritmos: Vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego dos sincopados; métricas inusitadas, como compassos de cinco e sete tempos; mudança de métrica de um compasso para outro, uso de vários ritmos diferentes ao mesmo tempo.
Timbres: A maior preocupação com os timbres leva a inclusão de sons estranhos, intrigantes e exóticos; fortes contrastes, às vezes até explosivos; uso mais enfático da seção de percussão; sons desconhecidos tirados de instrumentos conhecidos; sons inteiramente novos, provenientes de aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas.
Compositores do século XX
Igor Stravinsky - 1882/1971
Cláudio Santoro - 1919/1989
Sergei Prokofiev- 1891/1953
Marlo Nobre de Almeida - 1939/
Francisco Mignone - 1897/1986
Edino Krieger
Cézar Guerra Peixe - 1914/1993
Radamés Gnatalli - 1906/1988
Alberto Evaristo Ginatera - 1919/1983
Oscar Lorenzo Fernandez - 1897/1948
C. Debussy 1862 - 1918
Schoenberg 1874 - 1951
M. Ravel 1875 - 1937
B. Bartók 1881 - 1945
A. Berg 1885 - 1945
H. Villa- Lobos 1887 - 1959


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Índices bibliográficos
Música Brasileira
A música erudita no Brasil, que teve sua fase histórica mais importante com a escola nacionalista de composição, permaneceu presa à matriz européia durante séculos. As expressões populares, pelo contrário, nascidas da confluência étnica, fizeram do cancioneiro brasileiro um dos mais ricos da América.
Em sua formação a música brasileira recebeu contribuições dos indígenas, dos colonizadores e dos negros. Musicalmente, o africano tem o mais forte caráter entre os três elementos étnicos que se fundiram para formar o perfil cultural brasileiro. O jazz nos Estados Unidos e o samba no Brasil mostram como se diversificaram, no contato com o elemento branco, as influências musicais negras na América.
Música erudita
Das origens ao romantismo. Os primeiros cronistas do descobrimento relatam que a terra era povoada de música, e os gentios que assistiram à primeira missa mostravam-se naturalmente sensíveis ao canto e à sonoridade dos instrumentos. Na catequese a que foram submetidos os indígenas, entrava, como um dos ingredientes mais persuasivos, o cantochão.
Em todo o decorrer da história colonial do Brasil, desde seus primórdios, há constantes testemunhos de práticas musicais, da obrigatoriedade do ensino de música nas casas da Companhia de Jesus e da popularidade do teatro musical, cuja origem se encontra nos autos representados pelos jesuítas. No século XVIII, por exemplo, o gosto pela ópera-bufa, tão característica da época, propagou-se no Brasil. Fundaram-se casas de ópera no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador, Recife, Belém, Cuiabá, Porto Alegre, Campos dos Goytacazes e outras cidades.
O repertório habitual desses teatros constituía-se principalmente das óperas do brasileiro Antônio José da Silva, o Judeu, e de obras da escola napolitana (óperas de Nicola Porpora, Cimarosa etc.). Modernamente, as pesquisas de Francisco Curt Lange, em Minas Gerais, e do padre Jaime C. Dinis, em Pernambuco, ampliaram consideravelmente o conhecimento sobre a evolução musical daquele período histórico.
A atividade musical em Pernambuco, no século XVIII, revelou-se com a descoberta de um compositor, anterior ao chamado barroco mineiro, Luís Álvares Pinto. De sua autoria é a partitura Te Deum laudamus, para quatro vozes mistas (orquestração perdida) e baixo contínuo, encontrada em 1967 pelo padre Dinis.
Não menos importante foi a prática da música na Bahia e em várias outras regiões do país. O musicólogo brasileiro Régis Duprat descobriu um Recitativo e ária, de autor anônimo, escrito em Salvador, que é a única obra setecentista com texto em vernáculo encontrada até hoje. Mais tarde Duprat recuperou obras de André da Silva Gomes, nascido em Lisboa, que chegou em 1774 a São Paulo.
Foi enorme a atividade musical em Minas Gerais, como documenta o trabalho pioneiro de Francisco Curt Lange. Sabe-se agora que, no fim do século XVIII e começo do século XIX, floresceu nas cidades mineiras uma geração de compositores que criaram uma música contemporânea da arte do Aleijadinho e da poesia dos inconfidentes. Entre esses compositores incluem-se José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Francisco Gomes da Rocha e Inácio Parreiros Neves.
A produção musical desses autores, assim como a do padre José Maurício Nunes Garcia, no Rio de Janeiro, nada tem de barroca, embora seja assim chamada. A expressão “mestres do barroco mineiro” foi usada por conotação com o estilo predominante da escultura e arquitetura da época, mas a música que se conhece de mestres brasileiros do período colonial tem outras fontes: provém diretamente do classicismo vienense, que tinha Haydn como referência. Da textura da música mineira está ausente a principal característica do estilo musical barroco: a elaboração polifônica das vozes.
No Archivo de música religiosa de la capitanía general de las Minas Gerais (tomo 1, 1951), editado por Curt Lange na Universidade Nacional de Cuyo (Mendoza, Argentina), figuram as composições dos mestres mineiros. Musicalmente, identificam-se com o estilo clássico ou pré-clássico (Pergolesi, Haydn). São obras impressionantes pela nobreza da inspiração, pela mestria na escrita melódica e coral, assim como pelo tratamento do texto litúrgico, qualidades difíceis de explicar naqueles músicos mestiços que não tiveram nenhum contato direto com os meios cultos. Modernamente, essas obras têm sido executadas com êxito no Brasil e no exterior.
Graças à descoberta dos mestres mineiros, já não continua isolada a figura do padre José Maurício, o grande compositor da época de D. João VI, autor de valiosa música sacra. José Maurício filia-se ao classicismo europeu. Sua música tem, sem dúvida, universalidade de sentido, mas tende, às vezes, a naturalizar-se brasileira por um caminho inesperado: o da modinha. Certas inflexões desse gênero tão caracteristicamente brasileiro impregnam, modificam e transfiguram a obra do padre e antecipam a transformação modinheira que a melodia italiana sofreria no Brasil.
Francisco Manuel da Silva, autor do hino nacional, pertence à geração seguinte. Mário de Andrade chamou a atenção para a “visão prática genial” com que ele organizou o Conservatório do Rio de Janeiro, lançando as bases de nossa cultura musical. Suas modinhas tiveram grande popularidade, ao lado da música religiosa e da que escreveu para o teatro.
Com esses compositores encerra-se o ciclo da música sacra e gêneros afins e começa a era de predominância da ópera italiana. Nesse panorama surgiu, porém, um compositor brilhante: Carlos Gomes, autor de Il guarany e Lo schiavo.
Na evolução da história da música dramática brasileira, Carlos Gomes é o grande nome da segunda metade do século XIX e a afirmação do movimento romântico. Suas obras encontram-se sob o signo do italianismo dominante na arte internacional da época, mas nelas há claros traços da musicalidade tipicamente brasileira, representada na época pelas modinhas. Em algumas de suas páginas mais célebres, Carlos Gomes exprime um vivo sentimento patriótico e revela coincidências com a melodia e o ritmo nacionais.
Depois de Carlos Gomes e até a plena eclosão do movimento nacionalista, com a Semana de Arte Moderna de 1922, a maior parte dos compositores brasileiros contribuiu com sua obra para o estabelecimento progressivo da música caracteristicamente nacional. Por imposição de sua formação artística, no entanto, os primeiros nacionalistas limitavam-se a vestir o tema folclórico brasileiro com roupagens européias, emprestando-lhe a atmosfera do romantismo francês ou alemão.
Escola nacionalista. A primeira figura a ser mencionada, na tendência nacionalista da música brasileira, é a do compositor e diplomata Brasílio Itiberê da Cunha. Sua obra, exemplificada pela rapsódia A sertaneja (1866-1869), para piano, anunciou o período do nacionalismo musical. O precursor dessa tendência foi Alexandre Levy, em cuja obra se evidenciam os traços apenas sugeridos por Itiberê. Em suas composições, a preocupação nacionalista surge com o emprego de temas originais ao lado de melodias autenticamente populares.
Compositores como Leopoldo Miguez, Henrique Oswald e Glauco Velásquez mantiveram-se fiéis ao espírito do século XIX, que era, na música brasileira, o da submissão aos moldes europeus. A obra de Leopoldo Miguez, ilustrada pelas sinfonias Parisina (1882) e Prometeu (1896), apresenta influências de Wagner e Liszt. Henrique Oswald, por sua exclusiva formação européia, influenciada por Gabriel Fauré, sempre esteve à margem do movimento nacionalista. É autor de música de câmara de fatura magistral, eminentemente lírica e subjetiva.
A incipiente tendência nacionalista encontraria perspectivas mais amplas na obra de Alberto Nepomuceno. A partir de 1897, sua produção musical aproxima-se mais da temática e das soluções rítmicas brasileiras. Antônio Francisco Braga, admirado pelas gerações posteriores, tornou-se uma espécie de patriarca da música brasileira, cujos acentos e características próprias eram para ele familiares. Foi essencialmente um compositor sinfônico. Considerado precursor da música moderna, Glauco Velásquez, de origem italiana, introduziu no Brasil o cromatismo de Wagner e César Franck.
A escola nacionalista de composição, cujo desenvolvimento, depois da fase precursora, se completou em poucos decênios para logo tender ao desaparecimento, é a mais importante da música brasileira. Seus representantes, no entanto, não se dedicaram à ópera ou ao balé, formas que poderiam ter ilustrado a tendência. As óperas de compositores brasileiros do período não passaram de esboços mais ou menos frustrados e nunca foram incorporadas aos repertórios executados. Nepomuceno, Francisco Braga, Henrique Oswald, Leopoldo Miguez e, na mocidade, Francisco Mignone e Heitor Villa-Lobos escreveram óperas, raramente representadas.
A escola nacionalista tem como expoente uma figura de projeção universal: Villa-Lobos, que surgiu na Semana de Arte Moderna como representante das novas tendências musicais: adoção das técnicas de vanguarda importadas da Europa e valorização do tema brasileiro. Villa-Lobos foi o primeiro grande artista brasileiro cuja obra assumiu características verdadeiramente nacionais. Dotado de uma impetuosa força criadora, é capaz da mais refinada simplicidade. As raízes negras têm presença marcante em muitas de suas peças. Emprestou, magistralmente, envergadura sinfônica aos choros recolhidos nos ambientes populares do Rio de Janeiro e utilizou, nas Bachianas brasileiras, o estilo próprio de Johann Sebastian Bach dentro de uma temática nacional.
Francisco Mignone, embora não tenha sido um compositor exclusivamente nacionalista, teve seus melhores momentos na música de inspiração brasileira. Foi, principalmente, um mestre da orquestra. Depois da fase nacionalista, experimentou imprevista renovação, pela qual aceitou qualquer processo de composição que lhe permitisse total liberdade de expressão. Certas páginas orquestrais suas, como o Maxixe, o balé Maracatu do Chico Rei (1933) ou a Congada, transcrição para piano da página sinfônica de uma ópera de juventude, O contratador de diamantes (1921), causam forte impressão.
Lorenzo Fernández confirmou a tendência nacionalista. Compositor brilhante, sua música, marcada sobretudo por um sentido admirável de ritmo brasileiro, projetou-se fora do país. Seu nome afirmou-se com o Trio brasileiro para piano, violino e violoncelo. Em sua obra destacam-se ainda composições para piano e canto, sobre textos de poetas brasileiros.
Radamés Gnattali caracterizou-se pelo conhecimento admirável da orquestração e certo cosmopolitismo (leves influências do impressionismo de Claude Debussy e do jazz), aliados a um constante cunho de brasilidade. Entre suas partituras contam-se dez Brasilianas para vários conjuntos e o Concerto romântico para piano, de linguagem moderna e marcante influência jazzística.
Camargo Guarnieri compôs obras nas quais o cunho nacional, predominantemente paulista, se mostra sempre com grande espontaneidade. Essa característica, aliada à clareza da fatura e ao equilíbrio da forma, fez com que alcançasse projeção no exterior. Guarnieri revelou, com relação à ópera, maior preocupação que outros compositores do período. Pedro Malazarte, ópera cômica, traz indicações certeiras de um rumo estético para a criação de uma grande ópera brasileira.
José de Lima Siqueira, compositor nacionalista e admirável orquestrador, foi fundador da Orquestra Sinfônica Brasileira e primeiro presidente da Ordem dos Músicos do Brasil. Destaca-se em sua música o folclore nordestino, como nos bailados Senzala, Uma festa na roça e O carnaval no Recife. Entre suas composições contam-se três sinfonias, poemas sinfônicos, música de câmara e a ópera A compadecida.
Luís Cosme inspirou-se no folclore gaúcho, traduzindo-o em linguagem harmônica e vigorosa, de grande beleza formal. Suas obras se desenvolvem numa atmosfera tipicamente brasileira, como nos balés Salamanca do jarau e Lambe-lambe. Compôs, sobre textos de Cecília Meireles, os autos Nau catarineta e O menino atrasado, para teatro de marionetes, orquestra e coro.
No Rio de Janeiro, em 1939, o grupo Música Viva, fundado por Hans Joachim Koellreutter, músico de origem alemã radicado no Brasil, divulgava as concepções musicais de Arnold Schoenberg. Com seus discípulos, Cláudio Santoro, Guerra Peixe e Eunice Catunda, aos quais Edino Krieger se uniu em 1945, Koellreutter fundou a revista Música Viva, organizou séries de concertos e lançou o Manifesto 1946, no qual todos confessavam admitir o nacionalismo apenas como um estágio na evolução artística de um povo.
Guerra Peixe procurou conciliar a música serial com elementos nacionais. Ao orientar-se para a música de caráter nacionalista, fez em Pernambuco estudos aprofundados do folclore, que prosseguiu em São Paulo. Essas experiências se refletiram em Brasília, sinfonia com coros. Compôs ainda sonatas para piano e para violão, os Provérbios para baixo e piano, canções folclóricas e seriais.
Cláudio Santoro, depois de sua primeira fase dodecafônica, compôs dentro da estética nacionalista, inserindo formas populares nas grandes estruturas clássicas. Por volta de 1960, abandonou o estilo nacionalista e novamente adotou a técnica dodecafônica. Entregou-se depois, em Mannheim, Alemanha, a experiências musicais de vanguarda, que procuram estabelecer uma aliança entre música e pintura. Seus “quadros aleatórios” constam de uma parte auditiva, gravada em fita magnética, e de uma parte visual representada por um quadro.
Edino Krieger preferiu não seguir uma orientação estética que o filiasse a um grupo, para ter a mais ampla liberdade de escolha de recursos técnicos e expressivos. Estes abrangem as técnicas mais avançadas, como o serialismo e a música aleatória. Entre as obras de maior repercussão internacional figuram suas Variações elementares e Ludus symphonicus.
Marlos Nobre é um compositor que abriu novos rumos à música brasileira, pelo emprego de processos criadores de vanguarda, mas que também fez música absoluta, abstrata pela significação, e que geralmente causa impacto, dada a rara riqueza de sonoridade e o emprego marcante da percussão. Entre suas obras principais figuram as Variações rítmicas para piano e percussão, Rhythmetron, para percussão, e Ludus instrumentalis, para orquestra de câmara.
Todas as correntes vanguardistas estão representadas nas modernas gerações de compositores brasileiros, entre os quais alguns trabalharam na Europa, como José Antônio de Almeida Prado e os compositores de música eletrônica Jorge Antunes e José Maria Neves. Reginaldo de Carvalho fez também música experimental, concreta e eletrônica, sob a denominação de música eletroacústica.
Na Bahia surgiu, em torno de Ernst Widmer, um grupo de compositores de especial importância na moderna música brasileira. Fez música de vanguarda que, embora escrita, deixa margem à aleatoriedade, executada pelos conjuntos sinfônicos ou corais sinfônicos habituais. Entre esses compositores citam-se Lindembergue Cardoso, Jamari Oliveira, Walter Smetak e Milton Gomes. Outros compositores se destacaram em São Paulo (Gilberto Mendes, Willy Correia de Oliveira, Ernst Mahle e Rogério Duprat, entre outros); no Rio de Janeiro (entre os quais Jaceguai Lins, Ester Scliar e Ailton Escobar); e também em Brasília, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Recife
O barroco, no Brasil, foi introduzido no início do século XVII pelos missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. O poema épico Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, é um dos seus marcos iniciais. Atingiu o seu apogeu na literatura com o poeta Gregório de Matos e com o orador sacro Padre Antônio Vieira, e nas artes plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho, na escultura, e Mestre Ataíde, na pintura. No campo da arquitetura esta escola floresceu notavelmente no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, em Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. Na música, ao contrário das outras artes, sobrevivem poucos mas belos documentos do barroco tardio. Com o desenvolvimento do neoclassicismo a partir das primeiras décadas do século XIX a tradição barroca, que teve uma trajetória de enorme vigor no Brasil e foi considerada o estilo nacional por excelência, caiu progressivamente em desuso, mas traços dela seriam encontrados em diversas modalidades de arte até os primeiros anos do século XX.
Índice
[esconder]
1 Características e contexto [1]
1.1 Religiosidade
2 Na arquitetura
2.1 Pintura e escultura
2.1.1 Pintura
2.1.2 Escultura
3 Literatura
3.1 Poesia
3.2 Prosa
4 Música
4.1 Música profana
4.2 Música sacra
4.2.1 Mídia
5 Teatro
6 Ver também
7 Ligações externas
8 Referências
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[editar] Características e contexto [1]
O barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território; a população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançara sementes. O barroco não foi, assim, o veículo inaugural da cultura brasileira, mas floresceu ao longo da maior parte de sua curta história "oficial" de 500 anos, num período em que os residentes lutavam por estabelecer uma economia auto-sustentável - contra uma natureza selvagem e povos indígenas nem sempre amigáveis - até onde permitisse sua condição de colônia pesadamente explorada pela metrópole. O território conquistado se expandia em passos largos para o interior do continente, a população de origem lusa ainda mal enraizada no litoral estava em constante estado de alerta contra os ataques de índios pelo interior e piratas por mar, e nesta sociedade em trabalhos de fundação se instaurou a escravatura como base da força produtiva.

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Arte das Missões jesuíticas, de herança espanhola e italiana: São Francisco Xavier, Museu Júlio de Castilhos

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Um índio anônimo no século XVII produziu este Cristo açoitado, hoje no Museu de Arte Sacra de Pernambuco, onde se percebe uma pletora de influências estilísticas exóticas

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Anônimo: Êxtase de Santa Teresa, Igreja do Convento do Carmo, São Cristóvão. A espontaneidade naïf é uma característica de grande parte do barroco brasileiro
Nasceu o barroco, pois, num terreno em luta, certamente com muito sofrimento e incerteza nos longos séculos de construção de um novo e imenso país, mas também com muita paixão, coragem e religiosidade, e não menos deslumbramento diante da paisagem magnífica, sentimento que foi declarado pelos colonizadores desde início [2]. Sendo uma corrente estética e espiritual cuja vida está no contraste, no drama, no excesso, talvez mesmo por isso pôde espelhar a magnitude continental da empreitada colonizadora deixando um conjunto de obras-primas igualmente monumental. O barroco, então, confunde-se com, ou dá forma a, uma larga porção da identidade e do passado nacionais; já foi chamado de a alma do Brasil [3]. Significativa parte desta herança em arte, tradições e arquitetura hoje é Patrimônio da Humanidade.

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São Pedro papa, obra-prima da escola portuguesa. Museu de Arte Sacra de São Paulo
O barroco no Brasil foi formado por uma complexa teia de influências européias e locais, embora em geral coloridas pela interpretação portuguesa do estilo. É preciso lembrar que o contexto econômico em que o barroco se desenvolveu na colônia era completamente diverso daquele que lhe dava origem na Europa. Aqui o ambiente era de pobreza e escassez, com tudo ainda por fazer. Por isso o barroco brasileiro já foi acusado de pobreza e incompetência [4] quando comparado com o barroco europeu, de caráter erudito, cortesão, sofisticado e sobretudo branco, apesar de todo ouro nas igrejas, pois muita coisa é de execução tecnicamente tosca, feita por mão escrava ou morena. Mas esse rosto impuro, mestiço, é que o torna tão único e inestimável.
Também é preciso assinalar que o barroco se enraizou no Brasil com certo atraso em relação à Europa, e este descompasso, que se perpetuou por toda sua trajetória, por vezes ajudou a mesclar, de forma imprevista e deliciosa, elementos estilísticos que se desenvolviam localmente com outros externos mais atualizados que estavam em constante importação. Os religiosos ativos no país, muitos deles literatos, arquitetos, pintores e escultores, e oriundos de diversos países, contribuíram para esta complexidade trazendo sua variada formação, que receberam em países como Espanha, Itália e França, além do próprio Portugal. O contato com o oriente, via Portugal e as companhias navegadoras de comércio internacional, também deixou sua marca visível nas chinoiseries que se encontram ocasionalmente nas decorações e nas raras estatuetas em marfim remanescentes.
Como exceção interessantíssima, a mão indígena é perceptível em obras de arte realizadas exclusivamente por índios ou em colaboração com os padres catequistas, fenômeno ocorrido no âmbito das Reduções jesuíticas do sul e em casos pontuais no Nordeste. Por fim, mas não menos importante, está o elemento popular e inculto, tantas vezes naïf, evidente em boa parte da produção local, já que os artistas com preparo sólido eram poucos e os artesãos autodidatas ou com pouco estudo eram a maioria do criadores, pelo menos nos primeiros dois séculos de colonização. Neste cadinho de tendências são detectados até elementos de estilos já obsoletos como o gótico em fases tardias como o fim do século XVIII, na obra de mestres como o Aleijadinho.
O resultado de todos estes entrecruzamentos e mesclas é o acervo original e riquíssimo que hoje se vê espalhado em praticamente todo o litoral do país, desde o extremo sul no Rio Grande do Sul até o norte, tocando o Pará. Para dentro, o estilo derramou-se por São Paulo e Minas Gerais, onde se exprimiu com a característica elegância rococó, e alcançou o Centro-Oeste deixando jóias como as encontradas em Goiás.
No início do século XVIII, o barroco consegue uma face relativamente unificada, no chamado "estilo nacional português", cujas raízes eram de fato italianas, sendo adotado sem grandes variações nas diversas regiões, e a partir de 1760, por influência francesa, se suaviza no rococó, bem evidente nas igrejas de Minas Gerais.
Minas teve a peculiaridade de ser uma área de povoamento mais recente, quase uma tábua rasa em termos urbanísticos, e pôde-se construir em estéticas mais atualizadas, no caso, o rococó, uma profusão de igrejas em centros urbanos novos, sem ter de adaptar ou reformar edificações mais antigas já estabelecidas e ainda em uso, como era o caso no litoral, o que as torna exemplares primorosos de unidade estilística. O acervo de arte rococó das igrejas de Minas tem uma importância especial tanto por sua riqueza e variedade como por ser testemunho de uma fase bem específica na história brasileira, quando a região foi a menina dos olhos da Metrópole por suas grandes jazidas de ouro e diamantes. Seria um dos maiores centros do barroco nacional, junto com Salvador e o núcleo de Recife-Olinda, bem mais antigos.
Neste século o barroco brasileiro já se encontra perfeitamente "nacionalizado", tendo dado inumeráveis frutos anteriores de altíssimo valor, e aparecem as figuras célebres que o levam a uma culminação, e que iluminariam em grande estilo também o seu fim como corrente estética dominante: Aleijadinho na arquitetura e na escultura, e na pintura Mestre Ataíde. Eles epitomizam uma arte que havia conseguido amadurecer e se adaptar ao ambiente de um país tropical e não-independente, ligando-se aos recursos e valores regionais e constituindo um dos primeiros grandes momentos de originalidade nativa, de brasilidade genuína, possuidora de grande força plástica e expressiva, tornando-se ícones da cultura nacional. O grande ciclo de onde surgiram foi logo depois abruptamente interrompido com a imposição oficial da novidade neoclássica de inspiração francesa, no início do século seguinte.
[editar] Religiosidade
Assim como em outras partes do mundo onde existiu, o barroco foi no Brasil um estilo movido pela inspiração religiosa, mas ao mesmo tempo de enorme ênfase na sensorialidade e na opulência dos materiais e formas, num acordo tácito e ambíguo entre glória espiritual e êxtase carnal. Este pacto, quando as condições permitiram, criou algumas obras de arte de enorme complexidade formal, que faz-nos admirar a perícia do artesão e a inventividade do projetista - amiúde anônimos. Basta uma entrada num dos templos principais do barroco brasileiro, seja em Minas, seja em Salvador, para os olhos de pronto se perderem num quebra-cabeças de formas e cores, onde as imagens dos santos são emolduradas por esplendores, cariátides, anjos, guirlandas, colunas e entalhes em volume tal que não deixam um palmo quadrado de espaço à vista sem intervenção decorativa, num luxo prodigamente materialista onde foi gasto muito ouro. Como disse Germain Bazin, ”para o homem deste tempo, tudo é espetáculo" [5].

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Igreja de São Francisco, Salvador

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Retábulo de São Bento, Olinda, onde a rica complexidade do retábulo às costas do santo é uma expressão visual dos sermões eloqüentes dos pregadores barrocos

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Capela de N. S. das Dores, Matriz de Santo Antônio, Recife, com bilhetes e ex-votos deixados pelos fiéis
Entenda-se isso na perspectiva geral da época, quando o religioso educava a alma da sua ovelha em direção à apreciação das virtudes abstratas buscando seduzí-la antes pelos sentidos materiais, especialmente através da beleza das formas. Mas tanta riqueza também era um tributo devido a Deus, por Sua própria glória. Apesar da denúncia do luxo excessivo pelos Reformistas, e da recomendação de austeridade pelo Concílio de Trento, o catolicismo na prática ignorou as restrições, pois compreendia que "a arte pode seduzir a alma, perturbá-la e encantá-la nas profundezas não percebidas pela razão; que isso se faça em benefício da fé"' [6].
Esse cenário luxuriante era parte da própria essência da catequese católica durante o barroco, largamente influenciada pelos preceitos jesuíticos. A retórica barroca, base para todo o ensino, tinha um sentido cenográfico e declamatório, e se expressava cheia de hipérboles e outras figuras de linguagem, num discurso de largo vôo e minuciosa argumentação, às vezes até excessiva para o gosto moderno. Tal característica se traduziu plasticamente na extrema complexidade da obra de talha e na agitada e convoluta movimentação das formas estatuárias e arquiteturais das igrejas barrocas em todos os países onde o estilo prosperou, pois era uma faceta básica do prolixo espírito da época expressa visualmente, e que no Brasil se manifestou do mesmo modo, como não poderia deixar de fazê-lo.

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O Homem das Dores. Mestre anônimo no Museu de Arte Sacra de Pernambuco

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Nossa Senhora do Rosário com o Menino, Museu de Arte Sacra de Pernambuco
Além da beleza de formas o catolicismo durante o barroco se valeu com ênfase do aspecto devocional, e o amor e a compaixão eram visualmente estimulados pela representação dos momentos mais dramáticos de cada história sagrada, e assim abundam os Cristos açoitados, as Virgens com o coração trespassado de facas, os crucifixos sanguinolentos, as patéticas imagens de roca articuladas e com cabelos e vestes reais que se levavam em procissões solenes e feéricas onde não faltavam as lágrimas e os pecados eram confessados em alta voz. Mas essa mesma devoção, que tantas vezes adorou o trágico, plasmou também inúmeras cenas de êxtase e visões celestes, e outras tantas Madonnas de graça ingênua e juvenil e encanto perene, e doces Meninos Jesus, cujo apelo ao coração simples do povo era imediato e sumamente efetivo. Novamente Bazin capta a essência do processo dizendo que "a religião foi o grande princípio de unidade no Brasil. Ela impôs às diversas raças aqui misturadas, trazendo cada uma um universo psíquico diferente, um mundo de representações mentais básico, que facilmente se superpôs ao mundo pagão, no caso dos índios e dos negros, através da hagiografia, tão adequada para abrir caminho ao cristianismo aos oriundos do politeísmo" [7].
A religião tinha enorme poder. Na Europa a Igreja Católica foi, ao lado das cortes, a maior mecenas de arte neste período. Nesta imensa colônia não havia corte, a administração local era confusa e morosa, assim um vasto espaço estava vago para a ação da Igreja e seus batalhões de intrépidos, capazes e empreendedores missionários de várias ordens, que administravam além dos ofícios divinos uma série de serviços civis como os registros de nascimento e óbito, estavam na vanguarda da conquista do interior do território servindo como pacificadores dos povos indígenas e fundando novas povoações, organizavam boa parte do espaço urbano no litoral e dominavam o ensino e a assistência social mantendo muitos colégios e orfanatos, hospitais e asilos.
No Brasil, então, quase toda arte barroca é arte religiosa. A profusão de igrejas e escassez de palácios o prova. Gradativamente haveria um deslocamento neste equilíbrio em direção a uma laicização, mas não chegaria a se completar no período de vigência do barroco. Construindo grandes templos decorados com luxo, encomendando peças musicais para o culto e dinamizando imensamente o ambiente cultural como um todo, e é claro ditando as regras na temática e na maneira de representação dos personagens do Cristianismo, a Igreja centralizou a arte colonial brasileira, com rara expressão profana notável.
As instituições leigas começariam a ter um peso maior por volta do século XVIII, com a multiplicação de demandas e instâncias administrativas na colônia que se desenvolvia, mas não chegaram a constituir um grande mercado para os artistas, não houve tempo. A administração civil ganharia força com a chegada da corte portuguesa em 1808, que transformou o perfil institucional do território, mas impediu uma continuidade do barroco pelo seu apoio declarado ao estilo neoclássico.
[editar] Na arquitetura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Arquitetura do Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Arquitetura colonial do Brasil
Depois da expulsão dos holandeses de Pernambuco a Igreja e a administração civil se lançaram em uma intensa movimentação construtiva, de início ainda mostrando elementos maneiristas, com frontões discretos, torres com coroamento piramidal simples e frontispícios pouco elaborados, mas logo evoluindo para um barroco pleno, quando a ornamentação é muito mais movimentada, com amplas volutas, colunas salomônicas e grande profusão de detalhes.

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Catedral-Basílica Primacial de São Salvador

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Igreja de S. Francisco, João Pessoa, uma cópia quase literal da igreja de Cairú, o templo inaugural do barroco arquitetônico

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Igreja São Francisco de Assis em Ouro Preto.

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O Paço Imperial
Da primeira fase, já no século XVII, pode-se citar como típico o Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro. As fachadas são sóbrias mas, em seus melhores momentos, monumentais, como exemplifica perfeitamente a Catedral de Salvador, o que não impede que os interiores sejam ricamente ornamentados, como ocorre em ambos os casos referidos. Mas a decoração interna, apesar de rica, é algo estática, organizada em áreas compartimentalizadas, os chamados caixotões ou cofres, no chamado estilo nacional português, caracterizado pela colunas torcidas revestidas de folhagens, aves e anjos, interligadas por arquivoltas no mesmo padrão, com grande homogeneidade estilística [8][9]

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Interior da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência no Rio de Janeiro.

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Capela-mor da Catedral de Salvador, exemplo do primeiro estilo barroco

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Interior da Igreja de São Francisco, Salvador

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Altar-mor rococó da Igreja de São Francisco em São João del-Rei
A igreja franciscana de Cairu, de 1654, é tida como o primeiro espécime inteiramente barroco erguido em território nacional, despido de toda influência maneirista que existia até então. Seu autor, o frei Daniel de São Francisco, criou uma fachada escalonada, num esquema triangular, com volutas fantasiosas no frontão e nas laterais; foi uma completa novidade, sem paralelos mesmo na Europa. [10].
Avançando os anos, o barroco brasileiro recebe a influência de Borromini (perceptível especialmente em Minas), se dinamiza e ganha em complexidade [11]. Ilustrativa dessa transição é a Igreja de São Francisco de Salvador, e como sempre a talha é uma atração à parte, cobrindo inteiramente todas as superfícies internas do templo, com impactante efeito de conjunto. A talha desenvolve um relevo mais alto, projetando-se tridimensionalmente do plano da parede, com caráter estatuário e arquitetônico, apresentando cariátides, anjos e guirlandas em madeira policroma, coroamentos com sanefas e falsos cortinados, revestidos com policromia ou em branco e dourado, definindo o chamado retábulo joanino, cujas feições mais importantes são a progressiva integração entre estatuária e talha, e a presença de dosséis de coroamento nos altares [12]. As fachadas adquirem mais verticalidade e movimento, com janelas inusitadas em forma de pera, losango, oval ou círculo; os frontões têm mais curvas, relevos em cantaria e estatuária, e as plantas aparecem com formas poligonais ou elípticas. Exemplos são a Basílica de Nossa Senhora do Carmo e a Igreja de Santo Antônio, em Recife, e em Salvador a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Em Minas, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto, e a Igreja de São Pedro dos Clérigos de Mariana.
A partir de meados do século XVIII a influência portuguesa, que filtrava a espanhola e italiana, e dá lugar à francesa, gerando um típico rococó cujo maior florescimento ocorreu em Minas Gerais, se caracterizando pelos retábulos com coroamento de grande composição escultórica com elementos ornamentais como conchas, laços, grinaldas e flores, revestimento com fundos brancos e douramentos nas partes em relevo da decoração. No exterior dos edifícios se percebe um aligeiramento nas proporções, tornando-os mais elegantes, as aberturas são mais amplas, permitindo uma maior penetração da luz externa, e o detalhamento nos relevos em pedra chega a alto nível. Exemplos:
Em Pernambuco: a Matriz de Santo Antônio, com esplêndida talha nos altares, e o Convento e Igreja de São Francisco em João Pessoa, na Paraíba, considerado por Germain Bazin a mais perfeita dentre as construções franciscanas rococó do Nordeste brasileiro [13], embora seja uma adaptação quase literal do projeto do templo de Cairu, 50 anos mais antigo. Em Minas Gerais: a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a originalíssima Igreja de São Francisco, talvez a obra máxima de Aleijadinho, com torres circulares de coruchéu em forma de capacete, óculo obturado por relevo, e frontispício imponente; todas estas em Ouro Preto. Diversas outras cidades mineiras possuem exemplares significativos de arquitetura rococó, entre elas Sabará, Serro, Mariana, Tiradentes, e sobretudo Congonhas, onde existe o grande complexo arquitetônico do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. No Rio é notável a Igreja do Carmo.
Na arquitetura civil, privada ou pública, o barroco deixou relativamente poucos edifícios de maior vulto, sendo em linhas gerais bastante modestos, cuja ornamentação se resume em arcos nas aberturas, ocasionalmente algum trabalho de cantaria ou de azulejaria, e alguma pintura decorativa no interior. Mas os conjuntos dos centros históricos de algumas cidades (Salvador, Ouro Preto, Olinda, Diamantina, São Luís e Goiás), declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO, ainda permanecem em boa parte intactos, apresentando uma paisagem ininterrupta extensa e valiosíssima de arquitetura urbana do barroco, com farta ilustração de todas as adaptações do estilo aos diferentes estratos sociais e às suas transformações ao longo dos anos.
Do reduzido número de exemplos civis significativos se destacam a antiga Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto, hoje o Museu da Inconfidência, com uma rica e movimentada fachada onde há um pórtico com colunas, escadaria de acesso, uma torre, estátuas ornamentais e estrutura em pedra, a Casa da Câmara e Cadeia de Mariana, a Câmara de Salvador, e o Paço Imperial no Rio, que foi a residência da família real.


Matriz de Santo Antônio, Recife

Igreja do Rosário dos Pretos, Salvador

Vista de Ouro Preto

Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas
[editar] Pintura e escultura

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José Joaquim da Rocha: Glorificação dos Santos Franciscanos, Igreja do Convento de S. Antônio, João Pessoa

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Mestre Ataíde: A última ceia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigos principais: Pintura no Brasil e Escultura do Brasil.
A pintura e a escultura barrocas se desenvolveram como elementos auxiliares, embora fundamentais, para obtenção do efeito cenográfico total da arquitetura sagrada que era erguida, todas as especialidades conjugando esforços em busca de um resultado sinestésico arrebatador, concorde com a tendência dramática e emocional do período, onde a religião era um aspecto dominante e a catequese empregava também recursos sensoriais para a evangelização.
[editar] Pintura
As primeiras pinturas criadas do Brasil foram realizadas sobre pranchas de madeira, em um estilo proto-barroco e subsidiárias à decoração em talha. Apareceram em meados do século XVII em edifícios das ordens religiosas, como o Convento de Santo Antônio no Rio de Janeiro, e o Convento de São Francisco, em Olinda, dos mais antigos do país, mas a maioria destes primeiros trabalhos se perdeu em incêndios ou em modernizações posteriores. Sobrevivem também alguns raríssimos exemplos de afrescos no Mosteiro de São Bento no Rio, redescobertos durante uma restauração recente, e na Igreja dos Terésios em Cachoeira do Paraguaçú, estes do jesuíta Carlos Belleville, todos datados da mesma época, mas não há registro de disseminação da técnica ou de continuadores. [14].

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Frans Post: Vista de Olinda. Rijksmuseum

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Frei Ricardo do Pilar: Senhor dos Martírios
Quase ao mesmo tempo artistas holandeses da corte de Maurício de Nassau realizaram em tela, em Pernambuco, notáveis documentos da terra e da gente local através da técnica requintada e minuciosa de Frans Post e Albert Eckhout. Foram também as primeiras grandes obras profanas da pintura brasileira. Contudo, a maioria das suas telas deixaram o país junto com eles quando voltaram à Holanda, e sua única influência local perdurou talvez em frei Eusébio da Soledade, fundador da escola baiana. Salvo estes holandeses, a pintura barroca seria praticada quase exclusivamente no terreno sacro.
Também neste período inicial surgem Baltazar de Campos, que chegou ao Maranhão em 1661 e produziu telas sobre a Vida de Cristo para a sacristia da Igreja de São Francisco Xavier, e João Felipe Bettendorff, também no Maranhão, decorando as igrejas de Gurupatuba e Inhaúba. Outros nomes que merecem nota são o frei Ricardo do Pilar, com uma técnica que se aproxima da escola flamenga e autor de um esplêndido Senhor dos Martírios, Lourenço Veloso [9], formado em Lisboa, Domingos Rodrigues, Jacó da Silva Bernardes e Antonio Gualter de Macedo, que atuaram em diversos locais entre Pernambuco e Rio de Janeiro.

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Forro da Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, do séc. XVIII. Pirenópolis, Goiás
O século seguinte veria a pintura florir em inumeráveis igrejas em todas as regiões do país, formando os germes de escolas regionais, ainda que por mãos em grande parte anônimas. Em 1732 Caetano da Costa Coelho introduz na Capela-Mor da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência do Rio a primeira pintura de perspectiva arquitetural ilusionística no Brasil, uma técnica que logo ganharia muitos adeptos e teria uma culminação com José Joaquim da Rocha no teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, entre 1773 e 1774. Outros nomes são Domingos da Costa Filgueiras, Jesuíno do Monte Carmelo, Antônio Simões Ribeiro, Manuel da Cunha, Manuel de Jesus Pinto e João de Deus Sepúlveda estes dois últimos deixando bela decoração na Concatedral de São Pedro dos Clérigos. José Eloy, em Olinda, e José Leandro de Carvalho, no Rio, já mostram um estilo perfeitamente rococó. José Teófilo de Jesus é figura singular, um dos maiores representantes da escola baiana, de talento superior e com um estilo polifacetado, abordando também temas mitológicos e alegóricos, cuja obras de maior vulto surgem já no século XIX, e permanece em atividade até cerca de 1847 pouco tocado pelo neoclassicismo [15]. Em Minas trabalham muitos artistas, como Manuel Rebelo e Souza, Joaquim José da Natividade, Bernardo Pires, João Nepomuceno Correia e Castro, e a presença maior é Mestre Ataíde, o último grande mestre da pintura barroca brasileira.
É interessante ainda o belo acervo remanescente de azulejaria pintada, em boa parte importado de Portugal, mas que não obstante deu uma nota característica em inúmeros conventos, igrejas e casarios barrocos brasileiros. Assim como as outras artes, a pintura do barroco brasileiro encerra sua trajetória a partir do início do século XIX com o apoio oficial ao neoclassicismo dado pela corte portuguesa, mas seu ecos ainda seriam ouvidos até pelo menos a metade do século especialmente em regiões mais afastadas do Rio. [16]

José Teófilo de Jesus: Morte de Lucrécia, Museu de Arte da Bahia

Manuel de Jesus Pinto: A Fundação da Igreja, Concatedral de São Pedro dos Clérigos

Azulejos no Convento de São Francisco, Olinda

João Nepomuceno Correia e Castro: Imaculada Conceição, Museu da Inconfidência
[editar] Escultura
O barroco originou uma vasta produção de estatuária sacra, disseminada por todo o Brasil. A maioria das obras que nos chegaram deste período permanece anônima e são de nítida fatura popular. Entre os primeiros autores conhecidos estão José Eduardo Garcia, português, e Francisco das Chagas, o Cabra, ambos ativos em Salvador. Outros personagens importantes são frei Agostinho de Jesus e frei Agostinho da Piedade, considerados os fundadores da escultura brasileira.

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O Senhor dos Passos no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, de Aleijadinho
Com a sedimentação da cultura nacional por volta da metade do século XVIII e com a multiplicação de artífices cada vez mais capazes, nota-se um crescente refinamento nas formas e no acabamento das peças, e aparecem imagens de grande expressividade. Entretanto, a importação de estatuária diretamente de Portugal continuava e crescia com o enriquecimento da colônia, uma vez que as classes superiores preferiam exemplares mais bem acabados e de mestres mais eruditos. Muita da estatuária principal ainda nos altares barrocos do Brasil é de origem portuguesa, mas foram os modelos que inspiraram uma legião de artesãos locais.
Talhados aqui ou não, dificilmente haveria uma casa que não possuísse ao menos algum santo de devoção esculpido, e a estatuária se tornou um bem de largo consumo, quase onipresente. Salvador em especial tornou-se um centro exportador de estatuária para os mais distantes pontos do país, criando uma escola regional de tanta força que não conheceu solução continuidade senão no século XX.
O genial Aleijadinho representa o coroamento e a derradeira grande manifestação de escultura barroca brasileira, com obra magistral espalhada na região de Ouro Preto, com destaque para as obras no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, uma série de grandes grupos escultóricos nas capelas das estações da Via Crucis e os célebres Doze Profetas, no adro daquela igreja.
É de assinalar necessariamente a magnífica produção de escultura aplicada, no mobiliário entalhado e na talha dourada das igrejas, já bem ilustrada nas seções acima, que chegaram a altíssimos níveis de refinamento e complexidade, como provam os altares de São Bento em Olinda, a Basílica de Nossa Senhora do Carmo e da Capela Dourada em Recife, Nossa Senhora do Ó em Sabará, e em inúmeras outras edificações.

Frei Agostinho de Jesus: Nossa Senhora do Rosário

Anônimo: Jesus com os símbolos da Paixão, estátua de roca. Museu de Arte Sacra de Pernambuco

São Miguel, Museu de Arte Sacra de Pernambuco

Cristo ressurrecto, escola baiana
[editar] Literatura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Literatura barroca no Brasil
[editar] Poesia
No campo da poesia destacam-se o já citado precursor Bento Teixeira, seguido de Manuel Botelho de Oliveira, autor de Música do Parnaso, o primeiro livro impresso de autor nascido no Brasil, uma coletânea de poemas em português e espanhol em rigorosa orientação cultista e conceptista, e mais tarde o frei Manuel de Santa Maria, da escola camoniana. Mas o maior poeta do barroco brasileiro é Gregório de Matos, da grande veia satírica, e igualmente penetrante na religião, na filosofia e no amor, muitas vezes de crua carga erótica. Também fez uso de uma linguagem culta e cheia de figuras de linguagem. Foi apelidado de O Boca do Inferno por suas críticas mordazes aos costumes da época. Na sua lírica religiosa os problemas do pecado e da culpa são importantes, como é o conflito da paixão com a dimensão espiritual do amor [17] . Veja-se o exemplo do soneto A Jesus Cristo Nosso Senhor:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Greg%C3%B3rio_de_Matos_1775.jpg
Frontispício da edição das Obras Poéticas de Gregório de Matos, 1775

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Padre_Ant%C3%B3nio_Vieira.jpg
O padre António Vieira
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,
eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
[editar] Prosa
Na prosa o grande expoente é o Padre António Vieira, com os seus sermões, dos quais é notável o Sermão da Primeira Dominga da Quaresma, onde defendia os nativos da escravidão, comparando-os aos hebreus escravizados no Egito. No mesmo tom é o Sermão 14 do Rosário, condenando a escravidão dos africanos, comparado-a ao calvário de Cristo. Outras peças importantes de sua oratória são o Sermão de Santo António aos Peixes, o Sermão do Mandato, mas talvez a mais célebre seja o Sermão da sexagésima, de 1655. Nele não apenas defende os índios, mas também e, principalmente, ataca seus algozes, os dominicanos, por meio de hábil encadeamento de imagens evocativas [18] Seu estilo pode ser sentido neste fragmento:
"O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa em que o trigo caiu, são os diversos corações dos homens. Os espinhos são os corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; e nestes afoga-se a palavra de Deus. As pedras são os corações duros e obstinados; e nestes seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes. Os caminhos são os corações inquietos e perturbados com a passagem e tropel das coisas do Mundo, umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam, e todas passam; e nestes é pisada a palavra de Deus, porque a desatendem ou a desprezam. Finalmente, a terra boa são os corações bons ou os homens de bom coração; e nestes prende e frutifica a palavra divina, com tanta fecundidade e abundância, que se colhe cento por um: Et fructum fecit centuplum." [19]
Outros nomes na prosa do período são historiadores ou cronistas, como Sebastião da Rocha Pita, autor de uma História da América Portuguesa, Nuno Marques Pereira, cujo Compêndio Narrativo do Peregrino da América é considerado uma das primeiras narrativas de cunho literário do Brasil, e o frei Vicente do Salvador, autor da Historia do Brazil, de onde vem este excerto: [20].
"Inopem me copia facit, disse o poeta, e disse verdade, porque, onde as coisas são muitas, é forçado que se percam, como acontece ao que vindima a vinha fértil e abundante de fruto, que sempre lhe ficam muitos cachos de rabisco e assim me há sucedido com as coisas de mar e terra do Brasil de que trato. Pelo que me é necessário rabiscar ainda algumas, que farei neste capítulo, que quanto a todas é impossível relatá-las.
"Faz no Brasil sal não só em salinas artificiais, mas em outras naturais, como no Cabo Frio e além do Rio Grande, onde se acha coalhado em grandes pedras muito e muito alvas. Faz-se também muita cal, assim de pedra do mar como da terra, e de cascas de ostras que o gentio antigamente comia e se acham hoje montes delas cobertos de arvoredos, donde se tira e se coze engradada entre madeira com muita facilidade. Há tucum, que são umas folhas quase de dois palmos de comprido, donde, só com a mão, sem outro artifício, se tira pita rijíssima, e cada folha dá uma estriga."
[editar] Música
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.pngVer artigo principal: Música do Brasil

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ataide-teto.jpg
Mestre Ataíde: Nossa Senhora cercada de anjos músicos, no teto da igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Se_o_canto_enfraquecido.jpg
Primeira página da parte vocal da ária da Cantata Acadêmica Heroe, egregio, douto peregrino
A música é a arte cuja trajetória durante o barroco no Brasil é das menos conhecidas e das que deixou menos relíquias. Da produção musical nativa só temos monumentos significativos a partir do final do século XVIII, ou seja, quando o principal do barroco já havia passado e estávamos já em ambiente rococó. Não que não tivesse havido vida musical na colônia nos séculos anteriores; houve, e importante, embora não possa ser comparada à de outros centros coloniais americanos como o Peru e o México, ou à da própria Metrópole portuguesa - apenas as partituras infelizmente se perderam, mas testemunhos literários não deixam dúvida sobre a intensa atividade musical brasileira durante todo o barroco, especialmente no Nordeste. [21]
A Escola Mineira de música, o mais célebre grupo de compositores do Brasil colonial e o que o grande público conhece mais já não é, como se tem divulgado erroneamente chamando-a de "música do barroco colonial", uma escola barroca. Apesar de se realizar em um cenário todo barroco, estilisticamente é pré-clássica, e em muitos momentos decididamente classicista, afim das escolas de Boccherini e Haydn. Porém é inegável uma herança barroca mais ou menos velada em sua sonoridade e técnicas, ainda empregando o baixo contínuo, e na sua atmosfera às vezes quase naïf que espelha idêntico caráter da pintura e escultura sacra do período. [21]
[editar] Música profana
No campo profano há registros de encenações de óperas italianas - uma voga no século XVIII - em teatros da Bahia (1729, 1760), Rio (1767), São Paulo (1770) e se iam organizando algumas irmandades musicais e orquestras, muitas formadas por mulatos. No final do século XVIII havia mais músicos ativos na colônia do que em Portugal, o que diz da intensidade da prática no Brasil desenvolvida. Destacou-se nesta fase também o português Antônio Teixeira, que musicou as sátiras do Judeu, Antônio José da Silva, de grande difusão e sucesso embora escritas em Portugal. [21]
A primeira partitura vocal profana escrita no Brasil em português que perdurou foi a encantadora Cantata Acadêmica Heroe, egregio, douto peregrino, na verdade apenas um par recitativo + ária de um compositor anônimo, que em 1759 saudava em música perfeitamente rococó o dignitário português José Mascarenhas Pacheco Pereira de Mello e deplorava as dificuldades por que ele passara nesta terra. Sua autoria por vezes é atribuída a Caetano Melo de Jesus, mestre de capela na Sé de Salvador e autor também de uma Escola de Canto de Órgão ("canto de órgão" era entendido como canto polifônico), em quatro volumes, que é o mais antigo e mais importante tratado de teoria musical escrito em língua portuguesa de sua época, competindo com os de célebres musicólogos europeus. [22][21] A Cantata merece a transcrição de um trecho do seu texto por ser também um belo exemplo da retórica típica da época:
(...)
"E bem que quis a mísera fortuna,
que vos fosse molesta e que importuna
a hospedagem, Senhor, desta Bahia.
"Sabem os céus e testemunha sejam,
que dela os naturais só vos desejam
faustos anos de vida e saúde,
de próspera alegria, pela afável virtude
de vossa generosa urbanidade,
com que a todos honrais, desta cidade!
(...)
"Oh! Quem me dera a voz, me dera a lira
de Anfião e de Orfeu, que arrebatava os montes
e fundava cidades, pois com elas erigira
um templo que servisse por memória
e eterno monumento à vossa glória!
(...)
"Oh! Se também tivera o canto grave
da filomela doce e cisne suave,
vosso louvor, sem pausa, cantaria,
com cláusula melhor, mais harmonia."[23]
[editar] Música sacra
Como grande parte da prática e do ensino era conduzida pelos religiosos, no terreno da música erudita o que mais se produziu foi no gênero sacro. surgindo uma riqueza de missas, motetos, impropérios, antífonas, ladainhas e salmos, seja a cappella, seja para solistas com coro e orquestra. É bem conhecida a participação de índios numa vida musical intensa e de alta qualidade técnica, em algumas reduções do sul do país, mas este foi um fenômeno isolado. Nos tempos de colônia as etnias musicalmente importantes foram o branco colonizador e o negro escravo. Há inúmeros relatos sobre as orquestras de negros e mulatos tocando com perfeição peças eruditas européias e locais, e boa parte dos maiores compositores do período são igualmente descendentes de escravos, embora traços da cultura original de sua raça não sejam detectados em sua produção, toda orientada para modelos europeus.

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Interior do Mosteiro de São Bento, Rio, com o grande órgão barroco sobre o coro

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Missa com música na Igreja de Santo Antônio, do Recife
Em São Luís, desde 1629 é assinalada a presença de Manuel da Motta Botelho como mestre de capela. O frei Mauro das Chagas trabalhou um pouco antes em Salvador, e depois dele vieram José de Jesus Maria São Paio, frei Félix, Manuel de Jesus Maria, Eusébio de Matos e diversos outros, sobretudo João de Lima, o primeiro teórico musical do Nordeste, polifonista, multi-instrumentista e mestre de capela da Sé de Salvador entre 1680 e 1690, e depois assumindo a de Olinda. Uma das figuras principais do auge musical de Salvador foi o frei Agostinho de Santa Mônica (1633-1713), de grande fama quando viveu, e autor de mais de 40 missas, algumas em estilo policoral, e outras composições. Caetano de Melo Jesus, já referido antes, é outro grande personagem na música da capital baiana. [22]
Os outros centros principais da época, Recife, Belém e São Paulo, só puderam manter uma atividade consistente a partir do século XVIII, quando Salvador já era a capital da música no Brasil, e sua qualidade então chegou a um nível que interessou até mesmo musicólogos da Metrópole, sendo diversos autores citados no Dicionário de músicos portugueses de José Mazza, entre eles Caetano de Melo Jesus, Eusébio de Matos, José Costinha, Luís de Jesus, José da Cruz, Manoel da Cunha, Inácio Ribeiro Noia e Luís Álvares Pinto. [22][21]
Apesar do grande número de músicos atuantes em todo o Nordeste e centro do país durante o barroco, praticamente tudo de sua produção desapareceu. De Luís Álvares Pinto, mestre de capela em Recife, fundador de uma Sociedade de Santa Cecília e autor de uma Arte de solfejar e de um Muzico e Moderno Systema para Solfejar sem Confuzão, restam apenas pouquíssimas composições, um notavelmente melódico e fluente Te Deum (as partes instrumentais intermédias se perderam e nas edições modernas foram reconstruídas), uma Salve Regina e os exemplos que deixou em sua Arte de solfejar. A maior parte das partituras remanescentes da música colonial brasileira data da segunda metade do século XVIII. André da Silva Gomes, prolífico compositor, autor de uma Arte explicada do contraponto e mestre de capela da Sé de São Paulo, é um dos autores de quem conhecemos mais obras. Outro de quem conhecemos um acervo apreciável é Damião Barbosa Araújo, baiano, mas a estética de ambos já esboça um classicismo. [21]
A produção do integrantes da Escola de Minas é bem mais documentada, mas não pode de fato ser classificada como barroca. Ou é de um rococó que já incorpora muitos traços neoclássicos, ou já é inteiramente classicista. Dentre os que preservam um pouco mais nitidamente soluções formais, técnicas e sonoridades do rococó, está Lobo de Mesquita, possivelmente o maior de todos os mineiros e a quem se atribui a autoria de cerca de trezentas obras, de que sobrevivem quarenta. São bem conhecidas a bela e pungente Antífona de Nossa Senhora (1787), o Tractus para o Sábado Santo (1783) e a Missa em si bemol (1783) e diversas outras. Também importantes neste grupo são Francisco Gomes da Rocha, autor de duzentas peças entre elas as estimada Novena de Nossa Senhora do Pilar, Inácio Parreira Neves e Manoel Dias de Oliveira. [21]
Este rico acervo de música colonial, até há pouco mal conhecido e menosprezado, longamente esquecido em arquivos paroquiais, tem recebido atenção de musicólogos e intérpretes desde a atuação precursora de Curt Lange em meados do século XX, e hoje é presença relativamente assídua em concertos no Brasil e no exterior, já possuindo boa discografia por grupos de música de reconstrução histórica. As pesquisas recentes continuam a revelar mais obras dadas como perdidas, enriquecendo nosso conhecimento sobre um campo onde ainda há muito por resgatar. [21]
[editar] Mídia
Manoel Dias de Oliveira: Surrexit Dominus Vere - Moteto da Procissão da Ressurreição (versão instrumental midi)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Manoel_Dias_de_Oliveira_-_Surrexit_Dominus_Vere_-_Moteto_da_Prociss%C3%A3o_da_Ressurrei%C3%A7%C3%A3o.ogg

[editar] Teatro
As primeiras manifestações teatrais importantes no Brasil ocorrem na transição do maneirismo para o barroco, e foram realizadas em âmbito religioso, como parte da obra missionária de catequização do gentio. Assim são as peças de José de Anchieta, o maior e praticamente único dramaturgo do século XVI no Brasil, e sua produção se insere na concepção jesuíta de catequese cênica, sistematizada pelo padre Franciscus Lang em sua Dissertatio de actione scenica. Para formular seus preceitos Lang se baseou na tradição teatral italiana, nos antigos autos de mistérios medievais, e nas prescrições dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loiola, que previa a composição de lugar para melhor eficiência da meditação espiritual. No caso específico de Anchieta, o teatro de Gil Vicente foi outra referência importante.

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Representação cênica moderna da Via Crucis diante da Matriz de Pirenópolis, nos mesmos moldes da antiga prática teatral barroca ao ar livre

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Procissão da Semana Santa em Pirenópolis, onde se leva uma imagem de roca

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Interior do Teatro de Ouro Preto

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O carnaval carioca, uma das expressões populares contemporâneas que atualizam a cenografia luxuriante do auge do teatro e das festas barrocas
Os enredos eram em geral retirados da Bíblia e da hagiografia católica, e a história da Paixão de Cristo ao longo da Via Sacra era dos mais importantes. As peças de Anchieta já evidenciam uma das características do teatro religioso do barroco que permaneceria ao longo dos séculos seguintes, o sincretismo, com personagens retirados de vários períodos históricos e misturados a figuras lendárias. No Auto de São Lourenço, por exemplo, aparecem juntos os imperadores romanos Décio e Valeriano, anjos, os santos Sebastião e Lourenço, uma velha, meninos e demônios indígenas, e nesta mistura fica desde logo claro o propósito de "relativizar o tempo e o espaço em função do referencial divino, que é eterno e absoluto. Diante de Deus todas as coisas são concomitantes e, apesar da existência de uma história da salvação, os verdadeiros valores não são históricos ou lineares" [24]. No século XVII a forma do teatro sacro se desenvolve, se enriquecem os cenários e acessórios cênicos, e o público-alvo já não é primariamente o índio, mas toda a população.
Ainda não havia teatros, e o local para tais representações era usualmente ao ar livre, nas praças diante das igrejas, ou ao longo das procissões, com o auxílio de cenários móveis instalados em cima de carros alegóricos que acompanhavam o percurso. A encenação contava com a viva participação popular, num movimento integrado entre atores e público, e muitas vezes se fazia uso de marionetes ou imagens sacras de um tipo especial, as estátuas de roca, vestidas como pessoas e articuladas de modo a poderem se adaptar à ação que se desenrolava, e onde desempenhavam um papel evocativo fundamental [25]. Era nessas ocasiões em que o barroco revelava toda a sua força aglutinadora, sua energia extravasante e o poder de seu encantamento:
"Então toda a cidade se move. As imagens desfilam solenes, refletindo as cores de suas tintas, vernizes, pedrarias e tecidos luxuosos, entre massas de velas e rolos da névoa perfumada exalada pelos turíbulos. A multidão adquire forma, organizada na hierarquia de suas funções, lustre e condição social. À frente, os representantes do Rei e da Igreja com suas insígnias e trajes de gala, seguidos dos militares em armaduras, as irmandades e confrarias com seus ícones e estandartes, e a escravaria agregada sob a efígie da Santa Misericórdia. Todos na mesma cadência, marcada pelos coros polifônicos e pelos clamores da fé, gritos, vivas, lágrimas e confissões espontâneas de pecados e vícios inimagináveis. (...)
"À noite se davam as encenações teatrais, recitações, cantos, danças e mascaradas. As coreografias formais dos minuetos e contra-danças nos salões extravasavam para as mouriscas e lundus nas varandas e dali para os congos, batuques e cucumbis nos quintais e terreiros. As danças noturnas se encarregavam assim de dissolver as rígidas segregações hierárquicas longamente ritualizadas durante o dia, reembaralhando as cartas ao acaso dos destinos individuais. Na vertigem dos rodopios e requebros, cada um incorpora o eixo em torno do qual gira o mundo, se lançando ao imprevisto das contingências guiado apenas pela verdade profunda da fantasia" [26].

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Antônio Francisco Soares: Carro alegórico construído no Rio em 1786 para as festividades locais comemorativas do casamento dos Infantes de Portugal
Ao lado das manifestações sacras, as representações profanas tinham lugar nos festejos públicos oficiais ou populares, que se acompanhavam de cortejos, música e dança, e no entretenimento privado, onde os marionetes eram de uso freqüente e o improviso uma praxe. Salvador foi o primeiro palco desse teatro profano, e logo outros centros como o Rio e Minas também assinalam sua ocorrência. O teatro profano erudito só começaria a aparecer com a construção a partir do século XVIII de diversas casas de espetáculo pelo litoral e em alguns centros interioranos como Ouro Preto e Mariana, que serviam principalmente à representação de peças musicadas, as óperas, melodramas e comédias, e surgiu o desejo de profissionalização do teatro brasileiro, até então de base amadora e popular, e os tablados itinerantes deram lugar ao auditório fixo. O repertório era basicamente importado da Europa, com obras de Molière, Corneille, Voltaire, e as sátiras musicadas de António José da Silva, o Judeu, tiveram enorme popularidade.
Dos teatros barrocos brasileiros o mais antigo ainda existente é a Casa de Ópera de Ouro Preto, de 1770, que é também o mais antigo das Américas ainda em uso. No Rio há registro de teatros mais antigos, como a Casa de Ópera do Padre Boaventura, erguida possivelmente em 1747, mas esta não sobreviveu. Contudo os relatos descrevem a riqueza de seus cenários e figurinos, o uso de títeres, e seus complexos maquinismos cênicos, um equipamento essencial à criação dos efeitos especiais tão apreciados na encenação barroca. O próprio padre Boaventura regia os espetáculos. Um outro teatro foi erguido no Rio por volta de 1755, o Teatro de Manoel Luiz; nele se assinala a atividade de um dos primeiros cenógrafos profissionais do Brasil, Francisco Muzzi, e um repertório com peças de Molière, Goldoni, Metastasio, Maffei, Alvarenga Peixoto e especialmente as peças do Judeu. Funcionou até a chegada da família real portuguesa ao Brasil [27].
A herança cênica do barroco perdura até os dias de hoje em expressões populares sincréticas de longa e rica tradição que sobrevivem em diversos pontos do país, como as ladainhas, os congados, os ternos de Reis, e mesmo é visível no moderno carnaval carioca, uma festa associada ao calendário religioso e cujo barroquismo é evidente.
[editar] Ver também
Barroco
Barroco mineiro
História do Brasil
Artistas do Brasil
Cultura do Brasil
[editar] Ligações externas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Commons-logo.svg
O Wikimedia Commons possui multimédia sobre: Arte Barroca no Brasil.
Museu de Mariana - Projeto Acervo da Música Brasileira
Referências
Barroco brasileira. Enciclopédia Itaú Cultural
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a el-Rei Dom Manuel
Affonso Romano de Sant’anna. Citado por André Lemoine Neves, in A arquitetura religiosa barroca em Pernambuco – séculos XVII a XIX. Portal Vitruvius [1]
Laudelino Freire, fonte fundamental para o estudo da arte acadêmica brasileira, despreza como insignificante tudo o que se fez em arte antes da Missão Francesa [2]
BAZIN, Germain, citado por ARAÚJO, Emanuel (curador). O Universo Mágico do Barroco Brasileiro, in O Universo Mágico do Barroco Brasileiro. Catálogo da exposição. São Paulo: SESI, 1998.
HUYGHE, René, in ARAÚJO, Emanuel. Op. cit. p. 18
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TELLES, Augusto C. da Silva. O Barroco no Brasil: Análise da bibliografia crítica e colocação de pontos de consenso e de dúvidas. In ARAÚJO, Emanuel. Op. cit. p. 69
OLIVEIRA, Myriam A. R. de. A Arquitetura e as Artes Plásticas no Século XVIII Brasileiro. In ARAÚJO, Emanuel. Op. cit. p. 78.
SOUZA, Alberto. Igreja franciscana de Cairu: a invenção do barroco brasileiro. Portal Vitruvius [3]
TELLES, Augusto. Op. cit. p. 69
OLIVEIRA, Myriam. Op. cit. p. 78
BAZIN, Germain. Citado por OLIVEIRA, Carla Mary da Silva, in A glorificação dos Santos franciscanos do Convento de Santo Antônio da Paraíba [4]
VALLADARES, Clarival do Prado. Notícia sobre a pintura religiosa monumental no Brasil. In ARAÚJO, Emanuel. Op. cit. p. 200
Teófilo de Jesus. Enciclopédia Itaú Cultural
Pintura Brasileira. Pitoresco.com
Barroco no Brasil. Mundo Educação
PÁDUA, Vilani Maria de. Obra do maior prosador barroco
VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da Sexagésima. Wikisource
Barroco. Enciclopédia Itaú Cultural
21,0 21,1 21,2 21,3 21,4 21,5 21,6 21,7 MARIZ, Vasco. História da Música no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.pp 33-47
22,0 22,1 22,2 CASTAGNA, Paulo. A Produção Religiosa Nordestina e Paulista no Período Colonial e Imperial. Instituto de Artes da UNESP [5]
Coro e Orquestra Armonico Tributo. Livreto do CD América Portuguesa, 1999
KARNAL, Leandro. Teatro da Fé: Formas de Representação Religiosa no Brasil e no México do Século XVI. São Paulo, Editora Hucitec, 1998. [6]
FLEXOR, Maria Helena Ochi. Imagens de Roca e de Vestir na Bahia. Revista Ohun - Ano 2 - nº 2 - 2005. Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFBA. [7]
SEVCENKO, Nicolau. Barroco: A Arte da Fantasia. In ARAÚJO, Emanuel. Op. cit. p. 60.
LIMA, Evelyn Furquim Werneck. Arquitetura e dramaturgia: modelos iluminados da Corte refletidos na Casa de Ópera de Vila Rica e no Real Teatro São João (1770 – 1822) [8]
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco_no_Brasil"
Categorias: Arte cristã Barroco no Brasil
Esse texto foi tirado de varios setes.

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